
terça-feira, outubro 24, 2006
Bons Homens, aqueles Elfos...

sexta-feira, outubro 20, 2006
Ela é o Louvre

A Minha Linda?
A Minha Linda... Sei lá. Disse-me que tenho um brilho nos olhos. O brilho nos olhos, já disse aqui, é fundamental.
Mas Minha Linda fundamenta-se pelos dentes, ou melhor, pelo sorriso. Ela é Linda, e, Minha Linda, brilha nos olhos quando sorri. Como que automático. Como que uma decorrência natural de todo sorriso. Sim, em Minha Linda o sorriso é a própria causa de todo brilho, nos olhos, em tudo.
Em Minha Linda, então, o sorriso é o fundamento, a capacidade de rir de quase tudo e emitir luz. O sorriso de minha linda não cabe entre os lábio, deve, sua alegria, extravasar o limite dos lábios em batom.
Gosto dos batons de Minha Linda, gosto da meticulosa elegância em combinar cores, gostos, paladar. Da vida, em sí... Da sua exigência naquilo que deve ou deveria ser. E isso não seria geral para todas as lindas do mundo. Não, minha linda implica num elitismo, numa exigência, numa elegância que seria insuportável em quaisquer outras lindas. Outras lindas devem ser descoladas, a minha não. Deve ser exigente, e é Linda exatamente por isso.
A minha linda é o Louvre. Gosto muito da Feira de Caruaru, do Pelourinho, de Samba, da Lapa. Mas minha linda perderia a viajem em tudo isso.
Afinal de contas, Ela é Minha Linda e, como tal, não poderia ser diferente.
bela.
Mas não, não em Minha Linda.
segunda-feira, outubro 16, 2006
Um monte de cotovelos...

Isso pelo seguinte, pessoas alegres se sustentam não nos cotovelos, mas no sorriso, ou naquele sorvete de creme...
Ps. 2: Achei que estava faltando um Homem Acotovelando...
domingo, outubro 15, 2006
Azeitonas

Foi à geladeira como quem procura um abraço. Viu um vidro de azeitonas. Adora azeitonas. Foi sem mudar a fisionomia, mas com alguma esperança. Não conseguiu, no entanto, vencer o pote. Abriu a geladeira e guardou as pequenas esperanças verdes, que não poderiam ser de outra côr.
Guardou-as como quem guarda a sí mesma.
Permaneceu, depois, sentada. Como uma tampa invisível.
quinta-feira, outubro 12, 2006
A primogênita
Nos mais ou menos 7 anos seguintes, nunca tive qualquer "ficante" por mais de 3 encontros. Passava meses sozinho. E me esforecei, cada vez mais, em ser atencioso, já que me sentia mal ao lado dos meus amigos, sempre com muitas "ficantes", e eu sempre o pato feito da turma.
Pensando nisso, é muito engraçado. Hoje, de fato, minha autoestima é realmente grande. São poucas as mulheres que me assustam, que fazem-me sentir completamente impotente, que fazem-me fugir. Sou, quase sempre, hoje, somente parcialmente minguado.
Com a menina precebi que mesmo tendo certeza de que ficaria com ela no dia seguinte, nao há nada no mundo que garanta o desejo, o amigo, o amor, a outra pessoa. É claro que isso é uma implicação lógica complicada, já que era tão novo, e somente fui amar muitos, muitos, muitos anos depois. Não foi, pois, a menina que fez-me entender, mas a partir dela.
Mas foi o início, onde percebemos que, a qualquer momento, sendo não dada uma atenção, podemos perder-nos e perder os outros.
(Esta postagem acabou por ficar bem parecida com uma outra que eu li, mas não foi um plagio. A falta de apreço pode ter uma capacidade pedagógica muito maior do que pensamos.)
Em tempo: os meus amores também me ensinaram muito, e só depois de ser amado é que pude amar. Mas isso é assunto para outra situação.
ps.: meu pc está com problemas, entao, hoje, nada de letras coloridas, fotos, ou texto justificado. Estou sem mouse.
sexta-feira, outubro 06, 2006
O carinho pode acabar entre 'os seletos', o respeito e a polidez... não.

Ela é pesada, penosa, linda. Sempre quer saber das coisas de modo escancarado. Sempre acha que deixaram de dizer algo. Sempre acha que a odeiam ou amam. Porque ela á assim, ama ou odeia, e se incomoda com o mais absoluto consenso. Não consegue não dar atenção. Não evita a cerveja, quer saber como seus amores estão, quer falar sobre tudo. Quer matar a aula, tomar a tequila e discutir sobre as questões etéreas e vulgares. Ir à sinuca, ao cinema, achar um local seguro para comprar maconha, comprar sorvete, comprar cachaça, tomar chimarrão, fumar cigarros, ler suas obrigações acadêmicas, ler suas obrigações cotidianas; ler as pessoas.
Isso poderia ser um processo: ela tem obrigação com as pessoas. Não nega e não gosta de negações. 'Não me neguem', quase diria, como quem pede para não ser relegada ao passado. Não quer ser o passado, e isso reflete sua incapacidade de lidar com o tempo. Não, não que tenha dificuldade com as rugas, cabelos brancos ou o futuro peito caído - ou melhor, os dois peitos... Tem dificuldade com as relações caídas, com a rotina, consigo mesma, com o tempo que a domina. Ela é improdutiva, não entrega as atividades, não lembra dos compromissos correntes, tem dívidas mais sublimes: com as pessoas.
Ela quer, então, ser cercada. Quer os seus semelhantes e os seu quase semelhantes. Ser cercada por eles, dialogar. Não muitas pessoas, mas as seletas.
Sobretudo, pessoas, ela não gosta do descaso. Façam um favor, se despeçam caso queiram distância. Sejam atenciosos e digam a ela no caso de uma necessária distância, no caso de uma necessidade de descanso para com o perfil tão difícil dessa garota. Não saiam simplesmente. Digam ‘oi’, perguntem ‘como está’, sejam polidos. Ela precisa disso: polidez. Polidez, gentileza, educação e carinho. Ou melhor, não tanto o carinho. Ela resiste à falta de um carinho tópico, determinado. Ela precisa, na verdade, do mais profundo respeito. Respeito e polidez, quase todas elas precisam...
quarta-feira, outubro 04, 2006
Fodam-se
Minha vontade é não pensar em nada que me faça odiar meu trabalho e em nada que me faça ter a convicção de milhões de reais do contribuinte mal empregados. Minha vontade é ter convicção de as pessoas sabem para que serve um cientista social. Afinal de contas, todo mundo sabe o que faz um arquiteto, mesmo que ele faça cadeiras ao invez de plantas de casas...
segunda-feira, outubro 02, 2006
Olhos e elogios
Acho que não. Escrevem de modo normal, sem grandes pretensões. E escrevem, quem sabe justamente por isso, feito grandes poetas. Pergunto-me quantos poetas ficaram escondidos antes dos tempos dos blogs. E que agora se mostram em restritos grupos e escrevem "postagens", nome atual para muitos poemas.
Muitos desses tenho de ler várias vezes, até chegar à mensagem, minha mensagem, de determinada maneira. Os bons textos são assim, têm de ser digeridos, lentamente, gradualmente. Por isso as vezes nem deixo comentários. Acho que não saberia dizer o tanto que alguns textos são bons. Lembro-me de um filme em que o personagem faz um fabuloso discurso que não recebe nenhuma palma. À frustração do personagem, outro acalenta falando de como o discurso não foi aplaudido justamente por ter sido muito emocionante. Algumas coisas são tão boas que não podem ser aplaudidas. Algumas coisas devem reinar um tempo no silêncio.
Minha relação com os blogs é mais ou menos essa: me dão alguma esperança na qualidade de produção artística nacional.
Não estou exagerando nem sendo demasiado gentil. É verdade que muitos vêem meus olhos como gentis, e de fato são, mas meus elogios são verdadeiros.
O problema é que as pessoas me tocam demasiado. Sim, as pessoas são belas... Tão belas que merecem um minuto de silêncio, como uma reza.
sexta-feira, setembro 29, 2006
O pequeno futuro barão

Era como se estivesse sonhando, ao lembrar...
quinta-feira, setembro 28, 2006
Simples assim...
Ela precisa do 'já', comprometido com o momento. O 'já' comprometidO com ela mesma.
Isso porque 'ninguém pode ser feliz sozinho e antes um amor que não compensa do que a solidão'. Não tanto quanto defendia o poeta.
NÃO, não.... Não um que não campense. Ele precisa compensar, o amor, o seu amor. Ele poderia até mesmo não se auto declarar como eterno. Mas tem de ter disposição. Isso que ela quer, um amado disposto. Um disposto para se tornar namorado. Um quase eterno.
Isso porque nenhum amor basta. O amor é muito medíocre, muito racional. Ela quer irracionalidade. Quer jogar suas fotos na piscina. As fotos, as cartas, os livros. Todos eles antigos. E, com o novo, pular. Como quem diz: 'vamos, veja todas as minhas cartas, os meus livros. Vamos reescrevê-los'.
Pois na verdade Ela não quer desfazer do passado. Quer revê-lo. No presente, com um novo presente, por um novo presente.
Não, ela não ama, não se apaixona, mas deseja. Deseja-o. Não Ele, O Namorado abstrato, mas ele, o presente e o futuro. Empíricos. Ela deseja a bebedeira, o devaneio, o filme a tarde, a ajuda nas atividades, o sexo profundo, as conversas ao telefone, o café, a cerveja, o cotidiano de ensinamento. Ela deseja anotar tudo que ela sabe sobre sí mesma. Num caderninho. E quando Ele estiver, começar a contar, declarar, explicar, dizer como é. E, sentindo o desejo pelo conhecimento, o desejo por Ela, Ela quereria um homem. Um eu te amo.
Ela é simples assim.
quarta-feira, setembro 27, 2006
Afinal...
domingo, setembro 24, 2006
Duelo

Um dia estava na janela de minha casa e ví uma cena deplorável. Dois grupos de jovens tacando pedras uns nos outros, no meio da rua... correndo para pegar pedras e tacá-las e correndo para se municiarem.
Penso agora no modo como os avanços sociais costumas deixar para trás coisas mais civilizadas, de certa maneira... A violência toma hoje um aspécto de não sabermos o que esperar. Não sabemos quando e como poderemos sofrer violência. Quais são as regras?! E, voltando, penso como fomos 'mais civilizados quando menos civilizados'...
O duelo, por exemplo. Duas pessoas em contenda chegam a "um acordo", tipo de armas, local, data, testemunhas, juizes.
Nada daquilo de pessoas receberem pedradas sem motivo. Uma maravilha! Até lí parte de um livro onde um francês normatiza as regras tácitas do duelo, uma coisa refinada...
Tô até pensando em duelos coletivos, com poponetes (é esse o nome?), placar, sei lá. Coisas mais modernas. De repente rola até de criar um programa de T.V.
quarta-feira, setembro 20, 2006
Arrependa-se, Menina...
Agora não mais. Não que seja agora triste. Ela não é, mas está (O que incompreensível para os anglicanos). Sempre durante alguns minutos durante o dia fica naquele sentido que sempre maldisse: "lembrando de uma época feliz". Isso! O saudosismo...
Ela nunca gostou de saudosismos e sempre pensava que o momento atual era o melhor. Esquecia seus homens, seus professores, seus amigos perdidos. Não que realmente esquecesse deles e dos anos , como quem joga tudo à lixeira. Não, ela não fazia isso. Mas simplesmente não ficava olhando o passado. Como faz agora. Como lembra dos homens de sua vida e pensa no modo como poderia ter sido ainda melhor.
Para ela isso é o pior. Saber que poderia ter feito mas bem feito.
Menina, arrependa-se de ter amado muito e de ter amado pouco. Enquanto, só, espera o próximo, amor. Também só...
quinta-feira, setembro 14, 2006
Vida besta...
Olha os e-mails e espera mais uma consultoria, daquelas que a deixa insegura e apavorada, que aparecem de meses em meses. Tem, na verdade, uma vida besta. Com 25 anos de formada e mais de 35 de trabalho, e uma pós quase terminada. E ainda ter de se definir como desempregada.
Não sei lá quantos anos de observação política, iniciada aos 13 em um daqueles partidos clandestinos e lutando contra mais uma daquelas ditaduras latino-americanas. E, justamente pela vida besta presente e passada, nem sequer uma casa própria. Presa numa cidade odiada, sonha com um lugar na terra natal, num daqueles bairros tradicionais.
Voltando aos prazeres, só os cremes, a cerveja e os cigarros. Nem o sonho político mais.
Dos males, a falta de dinheiro, a tosse, a distância, o medo de morrer antes da hora e a lembrança de que a decepção mata. Como matou o melhor amigo, de modo próximo à sua atual situação.
Das lembranças, a de um homem no exterior. O Homem. Aquele que mais lhe respeitou, aquele que foi rejeitado, aquele que dá o nome a todas as suas senhas.
Diria que ela se sente exilada. Exilada dentro de si própria, dentro de terra alheia e dentro de todos os erros cometidos.
terça-feira, setembro 12, 2006
Recato
Bela música. Na verdade, meio baladinha, mas bonitinha, e com uma letra realmente bonita. Tem uma outra parte da letra:
"Não te vejo a metade
Do quanto quero lhe ver"
Diria que nao tenho metade do mundo quanto eu quero ter. Ou melhor, não tenho com metade do mundo. E, com o mundo, perco a fala, a ação. Magoado com ele, perco o sorriso, esboço aquele Gioconda, amarelo, como aquele que não consigo ficar sério, nem tão pouco sorrir, gargalhar. Magoado, é como se fosse a vergonha.
Não magoado, simplesmente gargalho. Ou sorrio. Até aquele sorriso insosso. Aquela falta de vergonha.
E como se o mundo pedisse calma, e a calma fosse minha menor das qualidades, ou melhor, a impulsividade o maior dos defeitos... E o mundo assim pedindo recato, querendo não ser violentado.
Acabo de olhar no Aurélio o significado de recato. Vi dois que me chamaram a atenção.
"1. Cautela, prudência, resguardo. 2. Modéstia, simplicidade. 3. V. pudor (2). 4. Lugar escondido, retirado; recolhimento. [Var.: recado2.]"
O mundo pedindo a modéstia e o meu recolhimento, diria. Mas não. Não posso ou não quero.
Mesmo diante da maior mágoa, não me nego ao mundo. E, me expondo, me arrisco à dor, frequento os lugares, olho as pessoas, faço as perguntas ridículas e me arrisco sempre ao sussurro do mundo:
"- Calma, que mordo..."
E o mundo sempre morde, assopra, indiferenta-se, beija, acarecia, diferencia.
E sempre, depois de uma mordida, maldigo-me, quando recolhido, a falta de recolhimento. Soprado, espero sempre ver outro mundo, Bendigo-me, expansivando-me, a falta de recolhimento.
Enfim, não tenho o menor conserto, só tenho concerto...
segunda-feira, setembro 11, 2006
Sugestões...
Só não consegui o Mombojo e o Mula Manca e a triste figura... onde consigo baixar??? No Emule só tem o album "Nada de novo", do Mombojo..
E vou atualizar vocês sobre as impressões...
domingo, setembro 10, 2006
Nova fase...
Cordel, os dois albuns; Mestre Ambrósio, os albuns Terceiro Samba, Fui na Casa de Cabral, Mestre Ambrosio, 'De Nasarão da Mata Pernanbuco ( é isso?!)'; Mundo Livre S/A, Bebadogroove, O Outro Mundo de Manuela Rosário.
A primeira banda, Cordel, é na minha opinião a melhor banda dos últimos 10 anos.... Fantástica!!!
Conhecer, conhecer mesmo o Mestre Ambrósio, estou a começar agora. Sim, pessoas, já disse aqui que sou muito mal formado... Mas estou à tentar retificar isso, como podem ver... E para deixar mais claro a minha formação musical tardia, o Mundo Livre só escuto pra valer, naquele esquema de pegar os álbuns, agora...
Criei em minha cabeça a idéia de um lindo Pernambuco. Não sei porque, mas mesmo não conhecendo o Estado, fica cá por mim pensando que ele deve ser o celeiro cultural do Brasil..
Eu ia, a propósito, começar esta postagem falando que qualquer renovação na produção cultural brasileira seria guiada pelo nordeste. Mas acho exagero. Não há no nordeste, assim como não há no sul, no sudeste, no centro oeste ou no norte, qualquer coisa que os coloque de modo superior aos outros estados... Mas diria, com segurança, que se o nordeste não deve guiar, deve, ao menos, contribuir essencialmente à renovação da cultura popular brasileira.
Nao sei se é o que mais me apetece, mas digo da essencialidade do nordeste porque vejo o que há de melhor em música. E isso, repito, baseia-se profundamente em achismo. Não é uma pesquisa sistemática. Afinal de contas, o mais ao norte que eu fui, foi Prado... Bahia, aos 11 anos...
É, crianças... Sou muito mal formado e mal posso esperar para ir à Pernambuco. Nem sei o porque. Deveria perguntar aos membros do Cordel, do Mundo Livre, do Mestre Ambrósio, da Nação Zumbi ou a quem??? Quem sabe perguntar à Pastoril do Faceta, ao tipógrafo Antônio José de Miranda Falcão (fundador do , jornal mais antigo do Brasil (1825) ou ao conde João Maurício de Nassau (abaixo)...
Não, não, a esse não... Afinal de contas ele foi um burocrata. Estamos a falar de arte e comunicação...
Salve Pernambuco!

domingo, setembro 03, 2006
Parentesis
sábado, setembro 02, 2006
Bate-estaca
quinta-feira, agosto 31, 2006
Querido diário
quarta-feira, agosto 30, 2006
Uma - quase - pequena pausa nas lamentações...
terça-feira, agosto 29, 2006
Preguiça
Conversando com uma caloura hoje, disse que estava com preguiça e triste. foi quando ela me questionou: "Você está com preguiça da tristeza ou tristeza dá preguiça?" um 'tristeza da preguiça' também seria um belo trocadilho. mas o primeiro é melhor.
Não soube responder. e dai que ela começou a falar palavras - e ações - que seriam causadas pela tristeza. Preguiça, apatia, desinteresse, cepticismo, indiferença. Foi uma bela "lição" dada por uma caloura, uma daquelas de rosto límpido, olhar iluminado pela universidade e no auge de seus, sei lá, quem sabe 18 anos... E depois os veteranos é quem são burros.
De qualquer maneira, voltando ao blog, diria que o meu prazer mesmo é visitar blog, e de fato fico feliz quando uma ou outra garota dessas que escrevem por ai acabam por me mandar recados. Ainda mais quando fazem um elogio suspeito sobre um texto ou outro meu.
Digo "garotas" e "suspeitos" porque todas elas escrevem, seguramente, muito melhor do que eu. O que acabo por achar natural. É impressionante como as mulheres escrevem melhor do que os homens. Generalização grosseira, mas não é por mais absoluta coincidência que a maioria ao lado são mulheres. Essas meninas são boas! Cada vez me convenço mais que isso de sensibilidade e letras é coisa realmente de mulherzinha, mulheres médias e mulherzonas.
Nem sei porque insisto nisso. Deveria realmente voltar ao Muay Thai e acompanhar o campeonato brasileiro. Mas tenho uma preguiça...
sábado, agosto 26, 2006
Será?
terça-feira, agosto 22, 2006
Gira Amante
Voltando, as rosas são indeferenciáveis. Radicalmente diferentes, portanto, de qualquer sentimento de amor. Sempre diferentes, os amores nunca se permitem incondicionais ou iguais. Um amor nunca é igual. Já vi uma frase uma vez que dizia que os amores nunca acabam, mas mudam de lugar. Pode ser, mudam de amor à paixão, de amor ao carinho, de amor ao rancor, sei lá. Intensidades equivalentes de sentimentos diferentes. Dai até pode ser, mas que o amor à uma pessoa não se transmuta ao amor de outra, disso estou certo.
Voltando às flores, uma "conhecida" minha, e dai faço o uso de aspas de forma realmente preciosa, possibilitou que eu conhecesse a flor, ou uma das flores, do amor.
Como efeito de retórica diria que a flor do amor não pode ser outra senão o girassol. Mas na verdade nada no mundo é tão absoluto, isso de coisa não poder ser outra. Mas, de qualquer maneira: 'A flor do amor não pode ser outra senão o girassol'.
Isso porque o girassol só tem olhos para um referencial, o sol.
Dado ao fato de que o amor é sempre um referencial de desejo, de carinho, de espelho, de admiração; e dado o fato de que um amor nunca pode ser igual a outro; e dado mais um fato elementar, um sol nunca pode ser igual a outro; a flor do amor, a flor do referencial, da admiração ao sol que todos procuramos é, de fato, a flor que gira procurando um objeto de adoração.
É como se o girassol fosse um olho de caleidoscópio, procurando alguma coisa para brilhar.
sexta-feira, agosto 18, 2006
Desejo
domingo, agosto 13, 2006
A girl with kaleidoscope eyes
Não que eu não houvesse ouvido as músicas do 'Lucy In The Sky', mas até pouco tempo, 1 mês, talvez, ou algumas semanas, não tinha escutado o álbum todo, da primeira faixa à ultima. E reparem a diferença entre ouvir e escutar, vejo a última ação muito mais profunda...
E é então que encontro um álbum absolutamente perfeito. Do qual retiro, hoje, duas músicas: 'Lucy In The Sky With Diamonds', que dá-me uma frase fantástica, "Somebody calls you, you answer quite slowly A girl with kaleidoscope eyes". E percebo, não direi tanto pelos outros, mas que boa parte dos homens, pelo menos, busca nada mais que uma garota com olhos de caleidoscópio. Um desses olhares que brilham, que falam, que quase emitem luz própria.
A outra é 'She's Leaving Home', donde uma mulher mostra a vontade de liberdade. E que toda vontade de liberdade, de desprender-se, por modo ou outro, dói.
sábado, agosto 12, 2006
Jornalismo I
É claro que minha análise parte da academia, onde me encontro, e de estudantes, mesmo que quase profissionais formados. Acho que isso teria a ver com o seguinte, os pretendentes a Cientistas Políticos acham que poderiam ser ótimos jornalistas. Dai o embaraço sentido, dentro da academia, entre os "cientistas sociais" e os comunicólogos, onde aqueles vivem por apontar os defeitos destes.
Lembraria, é claro, umas coisas. A primeira é a invejavel, na minha opiniao, capacidade de mobilização dos Comunicólogos. Na minha turma faz tempo que nao temos uma festa. E isso não indica pouca coisa!!!
sábado, agosto 05, 2006
Fortuna, variável como a lua
velut luna tal a Lua,
statu variabilis, uma forma variável!
semper crescis Sempre enchendo
aut decrescis; Ou encolhendo:
terça-feira, agosto 01, 2006
Palmito-parade
terça-feira, julho 25, 2006
O Poetinha
abraço...
Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável. No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta sentiu que nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é história do mundo. Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo, como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles.Viu-a assim por um lapso, em sua beleza morena, real mas já se distanciando na penumbra ambiente que era para ele como a luz da memória. Quis emprestar tom natural ao olhar que lhe dava, mas em vão, pois sentia todo o seu ser evaporar-se em direção a ela. Mais tarde lembrar-se-ia não recordar nenhuma cor naquele instante de separação, apesar da lâmpada rosa que sabia estar acesa. Lembrar-se-ia haver-se dito que a ausência de cores é completa em todos os instantes de separação.Seus olhares fulguraram por um instante um contra o outro, depois se acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de seccionar aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce.Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos de suas vidas, não lhe dava forças para desprender-se dela. Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias - um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas.De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde...
in Para viver um grande amor (crônicas e poemas)in Poesia completa e prosa: "Para viver um grande amor"
domingo, julho 23, 2006
"Ensaio Sobre a Lucidez"
E este foi um belo livro. Fala sobre lucidez e sobre a maneira como nada no mundo, digo Nada, passa sem conseqüências. E a conseqüência da lucidez também veio... Mas isso guardaria, de modo geral, para aqueles que tenham o interesse de ler. Não contarei o final da história.
Se bem que, num mesmo livro do Saramago, tem-se uma frase que é mais ou menos assim: “(...) perdoem-me os leitores se contei o final da história. Mas isso pouco importa, na verdade. Todos nós sabemos como acabará a vida, com a morte, e nem por isso deixamos de viver” Claro que ele foi mais poético do que eu, é o que o Nobel credencia. Mas a idéia da frase é esta, com mais ou menos palavras.
E diria, José, que a vida é relacionar-se. E os relacionamentos acabam... e sempre nos mudam. Como a vida é uma só e nada podemos levar dela, o que nos resta é levar o que aprendemos de uma intermitência à outra. Afinal de contas, a “solterice” é só uma intermitência... E pra mim sempre foi intermitência entre uma mulher maravilhosa e outra.
domingo, julho 16, 2006
Sobre Lucidez IV
Mesmo que se onipotente e faça com o meu belo personagem o que bem entendo, ainda não tenho tanta dimensão de Seu caracter e o Dela, assim como preciso de um determinado distanciamento do relacionamento entre os dois.(isso mesmo, relacionamento entre. Todos os relacionamento são entre. não são “do”. não é relacionamento dos Dois...!)
De facto, como pode parecer, eles possuem uma determinada independência. E nesta independência descobri um pouco do que se passa com Ele.
Inventei até um termo pra definir melhor: Relacionamento Biscoito. Acompanhem meu raciocínio: biscoito é bom. Diria que por vezes é melhor do que um belo almoço. É bom se fartar de biscoito, os salgados e doces. Mas, como o Ministério da Saúde Adverte, o biscoito não deve ser a única fonte nutritiva. Tem-se de buscar algo a completar...
Não que um relacionamento possa ser somente biscoito, ou que o seja igualmente para os dois. O que pode ser relacionamento biscoito para um do casal, para outro pode ser um jantar com vinho e velas...
E não também que este tipo de relacionamento seja todo ele biscoito, relacionamentos se tornam biscoitos. É esse o grande problema. E como eu disse de para um ser biscoito, para outro não; digo algo relativamente dramático.
Nosso personagem se sente um grande biscoito. Passou, mesmo que durante pouco tempo, a não nutrir mais. Virou insosso. Não só um grande biscoito saboroso, mas sem sal, sem açúcar, enjoativo. E como não se pode viver só de biscoito, buscou-se uma bela refeição. E com uma dor que somente os quitutes sabem, Ele percebe que não deseja mais ser um petisco.
Mas não que ele ache ela uma glutona. As cousas perdem ou modificam o sabor. Simples e triste assim...
Ps.: Como tenho o dicionário virtual do Aurélio Buraque de Holanda, coloco uma definição:
Quitute - [De or. obscura.] S. m. 1. Iguaria saborosa, preparada com esmero. [Sin.: acepipe, petisqueira, pitéu e (bras.) paparicho, quitute.] 2. Fuzil (4) para ferir lume na pederneira. 3. Fam. Indivíduo ridiculamente pretensioso.
Colocaria a de sabor também, mas é uma definição longa. Longa e bela...
sexta-feira, julho 14, 2006
Sobre Lucidez III
Pede desculpas às mulheres que pôde ter magoado involuntariamente. Isso de fazer magoar é no mais das vezes involuntário, em cada um dos personagens, e cada um de nós. O que não nos justifica, claro está.
Isso mesmo de pedir desculpas é quase como uma reza. E colocado assim impessoalmente, como as rezas muitas vezes o são, pediria por um deus onisciente que vá a calhar o pedido e a redenção. Como Ele não é lá muito bem chegado a deuses, muito menos naqueles que tudo sabem, quase ficaria ali, “a deus dará”. Se não fosse por mim, é claro, que, por o ter criado, tenho todo o direito de ser seu próprio Deus. E como sei da estória, transmito os votos.
Cumpro cá o meu papel.
quinta-feira, julho 13, 2006
Sobre Lucidez II
Ele, no dia do término, foi ao dermatologista. Não que isso seja um fuga do assunto. Tratou-se de verrugas, queimadas, muitos sabemos, com água a -20c, ou sei lá. Queimou-se três, duas dentre as quais distribuídas em cada mão. Com elas mal pôde fazer os últimos carinhos.
Não teve, de fato, nosso personagem, uma boa noite. Com frio, com dores de queimaduras e, finalmente, com dores de afeto.
Teve, no dia seguinte, de tratar de suas verrugas; de lembrar o quanto mudou seus tênis; novas músicas; uma foto belíssima que permanecerá no quadro; um perfume; um livro de seu autor preferido, que não pode ser lido de pronto; sonhos cosmopolitas; e-mails aos montes; Ele mesmo. Não, não que Ele se veja como uma "lembrancinha", ou que tenha sido um objeto. A questão é que Ele mesmo tornou-se outro, e esse jamais sumiria por completo. Por isso não poderia fazer muito mais do que aceitar. Como os gregos, simplesmente aceitar. A lembrança não estaria nas coisas, mas nele. Onde quer que fosse.
E lá está ele, com uma dificuldade enorme de tirar os bandeides da perna cabeluda.
Isso dói bastante, meninas.
Vocês sabem...
quarta-feira, julho 12, 2006
Sobre Lucidez I
É claro que poucos poderiam perceber. Somente os dois não seriam pegos realmente de surpresa. Os relacionamentos têm disso; há todo um mundo somente entre duas pessoas, as outras ficam com impressões, como as moradoras da caverna de Platão. Não se podia saber de tudo realmente o que havia entre aquele casal feliz. Não entendam isso como uma ironia completa, não que fossem infelizes, mas eram menos completos e despidos de problemas do que poderia parecer.
E Ele ficou triste, mas sem sofrer tanto. Pensou que era cedo para desgastar, não muito tarde para terminar. Ficou triste porque esperava e queria mais. E teve claro que não poder-se-ia insistir. Só poderia ser pior. Seria melhor sair enquanto se gostavam, enquanto se respeitavam, enquanto poderiam ver a felicidade passada. Agradeceram ao público. Abaixou-se à cortina. Escutaram os aplausos e ficaram felizes de ter sido um maravilhoso espetáculo.
segunda-feira, julho 10, 2006
Se Dane
Ou então... Ô, ô, ô Zidane se queimou!! Ou então...
Ou, ou, ou, Zidane zi danou...
terça-feira, junho 20, 2006
Vontade política 1
Um diálogo em uma aula quase formada com um professor bastante citado:
(Depois de uma análise sobre poluição hídrica e sobre a necessidade de tratar a agua e os rios...)
Professor - Então, gente, porque se polui tanto a água, os rios?
Período de silêncio característico nestas circunstâncias...
Aluna - Os políticos, quando não são donos de empresas despoluidoras de rios, são amigos de donos de empresas que despoluem. São, então, beneficiados com a poluição e, posteriormente, com a despoluição... Além disso, despoluir água não dá voto!
Professor - Sim, é claro que tem essa circunstância de corrupção e oportunismos entre os representantes. Mas temos de pensar em uma outra causa, a falta de vontade política. Não há vontade política. É esse o problema!
Vontade Política - 2
No caso do diálogo, a V.P está associada ao fato dos políticos serem oportunistas corruptos e/ou de escolherem aquilo que dá mais voto.
Então, voltando à V.P, é como se os representante tivessem sobre uma mesa as opções de políticas a serem postas em prática. Dai, com um calculo racional de quantos votos eles ganhariam com as respectivas opções, lhes afetaria uma vontade de por em prática uma política ou não.
É como se numa dada sociedade não houvesse várias divergências sobre o que deve ser feito. Como se os próprios técnicos que formulam políticas tivessem um consenso sobre o que deve ser feito. Como se a própria ciência fosse absoluta, plenamente calculável e impressionantemente translúcida. Como se os próprios eleitores tivessem uma visão clara sobre um "punhado de coisas" e esta visão fosse facilmente captada pelos representados. Como se os jornalistas concordassem sempre com aquilo que deve ir a público. Como se os políticos estivessem às suas mãos plenos poderes de optarem por políticas que bem lhes dessem à telha. Como se dinheiro para políticas desse em árvores.
Mas simplesmente não fazem nada. Simplesmente por isso. Por falta de vontade política.
É claro que não desconsidero o fato de existirem políticos corruptos, oportunistas; não desconsidero que os políticos, como as demais pessoas, fazemos opções calculadas, racionalizadas. Claro que sim.
Mas restringir as coisas da vida à falta de vontade, mesmo que à política, é muito pra mim...
quinta-feira, junho 08, 2006
E há muita vida fora da ciência...
O que deve ser questionado é a atitude. nos quedamos a uma contemplação do insondável ou tentamos compreender algo?
Por forma de vida, prezo pela segunda opção. Mas é difícil, de tempos em tempos me defronto com as mais profundas certezas...
Mas o que poderia fazer, eu que me empenho na vida acadêmica?
Penso, então, num seguindo axioma:
A vida é um desconhecimento tácito;
e a ciência, um desconhecimento explícito.
quarta-feira, junho 07, 2006
terça-feira, junho 06, 2006
Sexo. Primeiro ato...
A de 16, há algum tempo que estava na praia, já estava sem dinheiro, ou é isso que se alega. Então porque não pensar: “já que estou transando com ‘estes meninos’ de graça, porque não cobrar?”.
E passou a cobrar. É claro que o oral era mais barato, mas ‘os meninos’ logo cediam diante de uma outra opção.
A menina terminou as férias transando com quem queria, algumas vezes duas transas por dia. E juntou um bom dinheiro.
Sexo. Ato número dois...
Não que eu seja necessariamente contra a venda do sexo. Isso eu digo no sentido de não acreditar que suas mulheres (ou homens, não esqueçamos os michês) são “de vida fácil”. Não posso simplesmente achar que os profissionais do sexo são de “pouca vergonha”, de muita opção outra, ou de qualquer falta absoluta de moral, etc.
A questão aqui é outra. É uma cultura de coisificação, que vai muito além das prostitutas de praças e muito aquém das conversas de “pessoas muito mais ilustres”. A cultura de “pegou quantas?”. A cultura da frase de dois amigos meus: “- o sexo pago é o sexo mais barato que existe!”. Sim, é o mais barato se você reduzir um relacionamento sexual a isso, ao gozo, ao orgasmo, à satisfação do desejo e pronto; reduzir os presentes aos namorados, namoradas, companheiros, companheiras, cônjuges e mesmo aqueles parceiros sem tanto compromisso em simples meios ao coito. Transformá-los todos em objetos de satisfação sexual....
E não que eu ache que o sexo só seja possível, necessário, ou desejável de ser praticado sempre com pessoas com quem nos comprometemos e temos um relacionamento. Acho que podemos transar com uma pessoa na noite que a conhecemos e quem sabem nunca mais...!
Entendem? A questão de crítica é aquela de olhar à outra pessoa como um órgão sexual. A coisificação da outra pessoa, o sexo utilitarista, o órgão do outro como um utilitário. O sexo que tenta ignorar a pele, o cheiro, o hálito, o percurso e fixa-se no fim, no gozo, na quantidade. Na pergunta: “E ai, comeu?”.
É a alienação da pessoa que permite o fim da sua liberdade e de sua concepção como pessoa, como indivíduo. É essa coisificação que permite o machismo, a vulgarização, a traição, o destrato, a falta de respeito. Afinal de contas, o outro pode ser simplesmente um órgão sexual, um objeto de trabalho.
O que me impressiona é o adotar da postura pelas mulheres. Como a “menina” de 16, que considerando-se uma coisa, ou seu sexo como uma coisa, se vende. Mas o limite do prazer para a coisificação quem sabe já tinha sido passado. Ou não. Mas sei lá. Deixa a menina, né?! A vida é dela.
E, afinal de contas, se ela já estava dando daquele jeito sem cobrar, porque não cobrar?
quinta-feira, junho 01, 2006
Enfim
quinta-feira, maio 25, 2006
Grandes cidades, veredas
Antes de pegar o ônibus, fui ao laboratório pegar um exame feito a duas semanas. Fiquei meio decepcionado. Estava esperando taxas enormes de hormônio masculino, dado que sou macho pra caralho. Mas não, estava na média - pelo menos segundo aqueles valores recomendados que vem no exame. é bom existir esta faixa no exame, assim posso especular, enquanto não vou ao médico, (1) se sou menos macho do que penso; (2) se penso mais do que sou macho; ou (3) se o problemas estão relacionado a uma falta de diálogo entre meu ego e minhas glândulas.
Chegando ao ponto de ônibus, perdi o primeiro, que estava completamente vazio. Pude vê-lo quase como dando um "tchau". Peguei um outro que, logo depois de eu conseguir sentar, quebrou.
Quando quase chegando à faculdade, escutei um homem, de meia idade, repetindo uma frase semi-incompreensível. As únicas palavras compreendidas foram "grande sertão veredas". Fiquei, inclusive, pensando no livro clássico, fundamental a qualquer intelectual que se preze e que, a propósito, não li. Vi, logo no atravessar da rua, um morador de rua vomitando um líquido verde, de cor estranha e denotando uma situação tão nojenta que não pude parar de olhar.
(lembrei, na hora, da época em que tomava vinho vagabundo todas as sextas e sábados e que ainda pensava em fazer direito e andar de Armani, já hoje abandonei a idéia de fazer direito... Já com relação ao Armani, quem sabe...)
Estive pensando, depois, que hoje existiria muito menos veredas; como se as coisas estivessem muito mais explicitas e os caminhos, muito mais determinados. Como se poucas coisas se escondessem aos nossos olhos e como se o mundo não fosse muito mais do que algo patente.
Fiquei nesse pensamento até quase ser atropelado em uma rua de mão dupla. Não sabia que aquela rua do centro era de mão dupla embora já a tenha atravessado dezenas de vezes. Tenho dificuldade de atravessar ruas de mãos duplas, já que dificilmente olho para os dois lados.
terça-feira, maio 16, 2006
Mensagem de Natal
não que fossem filmes parecidos em mensagem, ao contrário, têm valores completamente distintos, mas se passam com o mesmo fundo de roteiro: natal, os personagens "vislumbram" como o "mundo" poderia ter sido diferente se tivessem tomado atitudes outras.
No primeiro, a história é de um filho de banqueiro, George Bailey (James Stewart), cheio de vontades de sair de sua cidadezinha norte americana. E sem conseguir, já que sempre tenta ajudar os outros e acaba "se anulando". Uma imagem de solidariedade e de pouco individualismo. No final, o personagem percebe que é feliz com sua vida normal, vários filhos e uma esposa, percebendo que o melhor é ter amigos e uma família, o que foi, inclusive, a mensagem de seu anjo da guarda, que o fez não suicidar-se em um momento de dificuldades, no natal.
no caso de Nicolas Cage, é o contrário. ele, um grande executivo feliz com sua Ferrari e com sua vida de trabalhar no natal, acaba por visualizar como sua vida seria acaso ele tivesse permanecido com sua antiga namorada e desistido de investir em sua vida profissional. no final do filme, ele acabou por ficar com sua antiga namorada, sem filhos, ambos muito bem profissionalmente, obrigado.
enquanto que para o filme de 1946 o personagem viu que sua vida sem grandes fortunas foi uma vida boa; no filme de 2000, o personagem não ficou infeliz por ter investido em sua carreira, mesmo porque também o vez sua antiga namorada.
o ponto dos dois filmes norte americanos é o inverso embora partido do mesmo ponto. o ponto de partida é a "reflexão natalina" de um suburbano solidário e de um executivo individualista de Manhattan. o ponto de chegada é a vitória da solidariedade suburbana e da família liberal no primeiro e a vitória do investimento na carreira e do individualismo norte americano, no segundo.
O interessante é quando se pensa nos valores transmitidos pelo cinema. No primeiro filme a solidariedade, a família, os amigos e a vida ordinária (no sentido de normal, de comum) dão o tom de como deveria ser a vida de um americano de sucesso. No segundo, a competitividade profissional, o individualismo e a Ferrari conferem o carácter de sucesso ao personagem principal que, de quebra, ainda pegou a personagem interpretada pela belíssima Téa Leoni, e sem ter de aturar crianças.
E nessa de ser solidário ou ser individualista ambos os personagens transmitiram a mensagem de natalina.

terça-feira, maio 09, 2006
A decadência de uma grande estrela
E foi um déjà vu. No carnaval mesmo, ao ver o Carnaval da Band, pude verificar a Xuxa e a Xaxa (ta bom, Sasha...) em cima de um trio elétrico e a mamãe a cantar junto à Ivete Sangalo. E a cantar suas próprias músicas, Xuxa demonstrava o tanto que perdeu, ao longo dos anos, sua capacidade como cantora. A Rainha dos Baixinhos não conseguia afinar uma frase! Para quem me conhece sabe o absurdo; mas até eu seria capaz de, com um pouco de treino, cantar melhor que a minha rainha! (sim, minha rainha. Afinal de contas, sou um “1.6m”...)
Então veio o déjà vu: vi um quadro em que a Xuxa e sua filha entrevistavam uma atriz. Fiquei estarrecido. Não sabia que, além de ter perdido a capacidade de canto, tinha Xuxa empobrecido. Que triste isso! Minha mãe já passou por isso, ter que levar-me ao trabalho por não ter com quem deixar-me e não ter dinheiro para matricular-me em uma escolinha. Acho que, pelo menos, a Globo deveria criar um berçário e uma escolinha para que seus funcionários tivessem onde deixar seus filhos.
Rolava até de criar uma daquelas correntes para ajudar a Rainha a ter onde deixar a Xaxa...

segunda-feira, maio 08, 2006
Cuba em 80 minutos
Logo depois do filme eu entrei em sites de cinema, e alguns deles tinham comentários sobre "Suíte H.", comentários no mais das vezes analisando o regime cubano. Aquele velho esquema de defesa e ataque. Alguns falando do "sofrimento do povo cubano", "imerso na miséria"; outros falando do "acesso à cultura e do embargo norte americano causador das mazelas em Cuba".
E isso é engraçado. Não, não as mazelas de cuba, mas a capacidade de fazer generalização de Havana para toda Cuba através de um documentário de 80 minutos, e sem diálogos. E as análises de cuba formavam verdadeiros debates entre uns que defendiam e outros que acusavam "cuba, Fidel e o socialismo", parece que esquecidos de comentar mais especificamente do filme, do roteiro, da fotografia e do diretor, Fernando Pérez.
sexta-feira, maio 05, 2006
...
Falando em número, é uma esperança que todo essa insegurança seja somente Inferno Astral adiantado algumas poucas 3 semanas.

quinta-feira, abril 06, 2006
Moedinhas
" (...) não se ama mais ou menos, se ama em condições diferentes."
Não sei, isso me parece muito relativismo. Isso não resultaria em "amo todos", já que não se pode quantificar...? É claro que o amor aos parentes é diferente ao amor aos amigos, ou ao chocolate. Mas amo mais um amigo (específico) ao outro, mais ao chocolate Doce Cacau que aqueles em formato de moedinhas... (sim, eles ainda existem)
Não acho... creio de fato que os amores são diferentes não só qualitativamente, mas também, possivelmente, quantitativamente. De fato creio que seja possível amar duas pessoas, uma tanto quanto a outra, quantitativamente amadas. Mas não quando quanto a outra, não da mesma maneira, não qualitativamente iguais....
O amor qualitativamente diferente é um fato, mas o quantitativamente nem sempre. E é importante frisar que o “nem sempre” deixa uma margem grande de incerteza... Posso amar uma pessoa tanto quanto a outra, mas ainda posso amar uma pessoa muito menos que a outra, ou pouco menos, ou quase, quase, quase, quase tanto.