quarta-feira, março 24, 2010

TFP

Olha essa porra de matéria! Mais uma da série......... Diz uma coisa, quando falam de pessoas "a pé ou de carro", querem dizer da imoralidade de alguem beber?! Adoro BH, adoro Minas, mas essas coisas dão vontade de ir pra longe.......

domingo, março 14, 2010

Savassi, diferença e o reacionarismo mineiro

Essa matéria me deixou puto. Um bando de reacionários demagogos da Tradicional Família Mineira com dificuldade de lidar com a diferença. Até parece que os comentadores, o jornalista, essas pessoas-baluarte da moralidade nao começaram a beber, não passaram a ponta da maconha pra outra pessoa, sem fumar ou fumando.


A coisa toda me paresse a porra dum moralismo. Digam aí, o que vocês faziam quando tiam 17 anos. Não eram santos, camaradas... Uma coisa (necessária) é o controle de alcool, drogas, e outros hábitos de adultos. Adolecentes têm de ser preservados pra nao cairem da esbórnia total lodo cedo... Mas isso não é lidar com a coisa como se ela nao existisse, criando uma corrente Moral que só maquia o preconceito com a diferença.


O que incomoda o jornalista ideólogo da matéria é não ter tantos cafés e bares saneados quanto ele gostaria, o que incomoda os comentaristas é verem jovens homosexuais beijando na boca, o que incomoda os reacionários é a explicita diferença. O desvio deve ser escondido.
A matéria tem mais ou menos dois tipo-ideal de admiradores:


(1) aquela donna que trabalha ou mora na região, aquele senhor de gravata, aquele moralista convicto da necessidade da resistência à degeneração pública. Ele nao dá conta de ter sido invadido seu espaço de cafés e de "saneamento social". Seu espaço geográfico é seu, de seu grupo, de sua moral. Não pode ver coisas diferenciadas, nao pode passar de carro e ver jovens bebendo, se beijando, dormindo. "O que será de meu filho", "estamos em tempos perdidos", é tudo diferente da ultima vez que ele pegou uma prostituta. Escondido, é claro.
(2) é tudo um problema da zona sul!!! Porque a polícia tem de chegar batendo nos marginais da elite, porque o fazem com os marginais suburbanos. A zona de metro quadrado mais caro é um antro da perdição urbana, e tem como baluarte da moralidade aquilo que é mais pobre. O doce selvagem é aquele que acorda cedo e trabalha, trabalha, trabalha. O pobre, o negro, o favelado, o estudante de escola pública. A classe média?!?!?! Bando de ricos que tem de tudo, dispõe de nada aos outros, vive em marés boas e são egoistas e criminosos em potencial. O problema, para este grupo, não é que o suburbio não tenha lá muita alternativa de sociabilidade. O problema é que um outro grupo tenho. Se incomodam com uma casa, um bairro, uma coisa bonita, uma viagem paga em 10X à argentina. É um rancor, um fígado mal acertado, uma inveja de uma condição de vida.


Esses dois grupos acabam contribuindo pra uma única coisa: retirar da cidade qualquer parcela de vida com grupos diferenciados, tirar a própria vida da socieda. A cidade deve ser saneada. A diferença incômoda, abolida. Cloro e detergente nos jóvens de 17 anos expondo sua homosexualidade! Vela no cu daqueles afeminados de cabelo de xapinha. Trabalho para os pseudo-punks e cabelo cortado para aqueles do rock. Se a vida urbana exige um olhar sem vida, sem visada, sem sensibilidade à diferença para que os grupos que incomodam, é porque sempre tem alguem que simplesmente nao quer olhar. Não quer ver que o mundo e os valores não se restringe àquele mundo que mais parece uma previsão do tempo, ou uma propaganda de detergente.


Tem gente que quer um mundo neutro, imparcial e objetivo. Contraste é coisa do mundo antes da queda do Muro. Hoje é o mundo do indivíduo.