terça-feira, agosto 22, 2006

Gira Amante

Impressiona-me ser uma rosa, ou várias, a flor dos amantes. Isso porque uma rosa me parece tão insossa. E se uma é insossa, várias são indiferenciáveis. A princípio ia chamar aquela "uma rosa" de indiferenciável, mas somente um plural pode sê-lo...
Voltando, as rosas são indeferenciáveis. Radicalmente diferentes, portanto, de qualquer sentimento de amor. Sempre diferentes, os amores nunca se permitem incondicionais ou iguais. Um amor nunca é igual. Já vi uma frase uma vez que dizia que os amores nunca acabam, mas mudam de lugar. Pode ser, mudam de amor à paixão, de amor ao carinho, de amor ao rancor, sei lá. Intensidades equivalentes de sentimentos diferentes. Dai até pode ser, mas que o amor à uma pessoa não se transmuta ao amor de outra, disso estou certo.
Voltando às flores, uma "conhecida" minha, e dai faço o uso de aspas de forma realmente preciosa, possibilitou que eu conhecesse a flor, ou uma das flores, do amor.
Como efeito de retórica diria que a flor do amor não pode ser outra senão o girassol. Mas na verdade nada no mundo é tão absoluto, isso de coisa não poder ser outra. Mas, de qualquer maneira: 'A flor do amor não pode ser outra senão o girassol'.
Isso porque o girassol só tem olhos para um referencial, o sol.
Dado ao fato de que o amor é sempre um referencial de desejo, de carinho, de espelho, de admiração; e dado o fato de que um amor nunca pode ser igual a outro; e dado mais um fato elementar, um sol nunca pode ser igual a outro; a flor do amor, a flor do referencial, da admiração ao sol que todos procuramos é, de fato, a flor que gira procurando um objeto de adoração.
É como se o girassol fosse um olho de caleidoscópio, procurando alguma coisa para brilhar.

2 comentários:

A Photografia disse...

Discordo, a flor do amor é a Orquídea.
De forma sujestiva ela lhe engole com os olhos.

A Photografia disse...

...seus textos tb são belos.