terça-feira, março 31, 2009

Função social é o caralho!

Depois de algum tempo sem publicar nada, vai duas coisas recortadas da comunidade do orkut "Odeio anti-tabagistas". Pois bem, só porque ando puto mesmo... E também porque meus pulmões, como diz a comunidade, não tem função social. Apesar do que alguns pensam...

Mark Twain

"I don't want any of your statistics. I took your whole batch and lit my pipe with it. I hate your kind of people. You are always ciphering out how much a man's health is injured, and how much his intellect is impaired, and how many pitiful dollars and cents he wastes in the course of ninety-two years' indulgence in the fatal practice of smoking; and in the equally fatal practice of drinking coffee; and in playing billiards occasionally; and in taking a glass of wine at dinner, etc., etc., etc. . . . You never see but one side of the question. You are blind to the fact that most old men in America smoke and drink coffee, although, according to your theory, they ought to have died young; and that hearty old Englishmen drink wine and survive it, and portly old Dutchmen both drink and smoke freely, and yet grow older and fatter all the time. And you never try to find out how much solid comfort, relaxation and enjoyment a man derives from smoking in the course of a lifetime, (and which is worth ten times the money he would save by letting it alone,) nor the appalling aggregate of happiness lost in a lifetime by your kind of people from NOT smoking."

Mark Twain, San Francisco, 1865



Anti-tabagismo como sintoma social


"(...) Mas há também a cultura da droga oficial, dos remédios, da economia da angústia, da tristeza e da dor, acompanhada de formas cada vez mais assépticas de relações entre as pessoas. A campanha contra o cigarro, por exemplo, com essa conversa toda de fumante passivo, é um exemplo. Compreendi recentemente que a principal razão de se odiar o cigarro e os fumantes, hoje, é sua substituição pelas pílulas de remédios, que rendem infinitamente mais do que a indústria do tabaco. Soube que a indústria farmacêutica, no mundo contemporâneo, só perde para a de armamentos. Há uma farmácia por metro quadrado da rua nas cidades, e nenhuma delas quebra ou pede falência. Fumar faz mal, dá câncer, impotência etc. A angústia deve ser sanada pelas associações cada vez mais refinadas de ansiolíticos com antidepressivos, muitos dos quais causam o que chamam de redução da libido. Toda a produção científica, sobretudo na área médico-comportamental (a medicina e a psicologia vivem uma lua de mel interminável) é comandada pelo capital (a ciência e o capitalismo vivem uma lua de mel interminável).E a música – a popular brasileira, por exemplo? No lugar do sex and drugs dos anos 1960 e 1970, dos sambinhas sempre sensuais e, voltando ainda mais no tempo, das letras tragicômicas dos rompimentos amorosos, das vinganças, das injúrias e devastações das antigas serestas, o que temos hoje é a música clean, desapaixonada, dessexualizada, das cantoras corretas e sem apelo de enunciação em sua voz."

Luciano Elia, psicanalista, no prefácio a "A Sexualidade na aurora do século XXI": http://www.travessa.com.br/A_SEXUALIDADE_NA_AURORA_DO_SECULO_XXI/artigo/69c19cb4-3824-4ed2-b041-9ca71ab86ccd

segunda-feira, março 09, 2009

notas em muma manhã vendo MTV

Generalizações sem sentido em uma manhã vendo MTV, pra provar que o canal pode provocar danos cerebrais...

*O rock brasileiro é um cara de calças de pijama, chapeu coco e meia dúzia de tambores. Os caras são true.

*Rock é um um sentimento parcial de mal do século XIX, 10 baseados (só conheço só uma pessoa que já fumou ópio), e uma frustração de antigas aulas de música. Desistência de tocar Para Elisa e um modo de ligar com a morte curtindo a vida ligando uma guitarra à um amplificador.
(imagina uma aula de piano. "atenção com o compasso, atenção com o compasso! pa-pa-paa;pa-pa-paa. Devia ser um inferno na terra. Só pudia dar em um procedimento com a vida um pouco diferente mesmo...)

*É impressionante que uma banda de nome "Ira!" tenha uma porcaria de música como "bebendo vinho". Melodia e letra terríveis. "Os" rockeiros.

*O rock não pode sobreviver aos rits simplórios e um espírito de "normalidade" do mundo. Como podem haver tantas músicas feitas para "cantores"? Tantos instrumentos tocando somente para que alguem cante? A década de 1980 acabou com o rock porque foi desenvolvendo a noção de que o simples fato de cantar pode ser a base inicial de uma música. O que a porra do Michel sabe de música? Onde foram parar os solos instrumentais? Não me digam que é culpa dos padroes de single 2min e 30''!
(adendo: ao digitar isso à tarde, estava passando Tutti Frutti. A música tem 1:57 e tem um micro solo de guitarra. É disso que estou falando. Estavam tocando com o Rei, mas era uma época que o cantor nem sempre sufocava a música. Daí o rock nasceu...)


*Acabou de começar um clipe do AC/DC. É exatamente disso que estou falando.

*Agora, passando um ritzinho do Oasis, desligo a TV e vou comprar carne. Multiplicidade musical tem limite.
(Já gostei de Oasis, e acho de verdade que "Morning glory?" é um bom disco. Tenho dúvidas se de rock, mas um bom disco de alguma coisa. Mas vamos convir que se acham um Beatles. Coitados nunca conseguiram mudar de estilo, e pra chegar no tamanho da inovação musical de Beatles, nem nascendo novamente.)

domingo, março 08, 2009

Notas para o fim de um mundo

Dia difícil. Ressaca gigantesca, passando todo o dia dormindo. É muito penoso isso de começar coisas, seguir coisas. Perdi minha capacidade de escrever, de falar, de me expressar. O que não seria tão terrível se a vontade simplesmente não existisse.
O fim de um relacionamento é foda. Claro que não o tempo todo. Mas existem dias que são muito cinzas e azuis. Se a vida é naturalmente um processo de aprendizado, o que é mais amargo é termos de nos afastar daquilo que foi durante muito tempo uma referência.

É disso que se trata, de referência, de link. Um relacionamento é um link, uma pergunta de "Você se lembra disso?". Depois de um relacionamento bonito, o complicado é que muito é respondido como "Eu me lembro de quem". Jamais escutarei rock da mesma maneira. E vou ter uma pontinha de tristeza toda vez que escutar um solo bonito. Não parece que até poucos anos atrás eu nunca tinha usado All Star.

Entristece-me o fato de ficar tanto tempo na frente do computador e terem saído tão somente estas mal traçadas linhas. Virei um homem tão sem graça.