sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Você já foi um Sundae???


Tenho uma grande dificuldade em escrever essa palavra. Deve ser porque sempre penso em dias ensolarados, e os sorvetes... num Sun-day. Na verdade, o Domingo, que é um dia muito próprio para um sorvete, nem me vem em memória. Lembro do Sun-day. Graças ao meu inglês precário e minha facilidade de associas palavras longe de seus próprios sentidos...


São engraçadas estas referências entre um termo e outro. Tipo aquela brincadeira, que aqui ficaria assim:


Sorvete, frutas, chocolate, chantilly. Dia de Sol. Sunday. Colorido. Alegria. Calça colorida. Pessoas divertidas.


Ou algo do gênero, que nao sou muito bom com essa brincadeira. Sou muito prolixo e pouco ligado às palavras soltas. Gosto é de vírgulas e figuras de linguagem desconexas.


De qualquer maneira, lembrei-me ontem, antes de dormir, de "Sundae", e de uma pergunta:

- Você já foi um Sundae?


Achei bonito isso, que pessoas-'sundae' são pessoas coloridas, divertidas, alegres. Pessoas-diaDeSol. Ou, de outra forma, pessoas felizes no Sunday. Você já foi uma pessoa feliz num Domingo? Com calças coloridas, que adoro pessoas com calças coloridas. Tenho uma vermelha, mas que só uso em dia de festas, ou noite de orgias... O que dá na mesma.


Sunday, na verdade, tem origem como, realmente, Dia-de-Sol, num daqueles sentidos (Sol) dos dias da semana associados à origem greco-romanas. Ou estaria equivocado?!


De qualquer maneira, gosto de pessoas coloridas, sempre procuro pessoas coloridas.


E você, já foi um sorvete colorido, com chocolate, frutas, coisas coloridas, num Domingo de Sol?

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Os ocidentais não conseguem pensar na Perda Eterna


Quando morrer, as pessoas ficarão de fato surpreendidas. Irão aos seus emails e buscarão por meu nome. Ficarão surpreendidas, que aquela felicidade não permitiria a morte. Felicidade nenhuma permite o fim.


Lembrarão de mim e serei aquele bobo da corte, divertido, animado, inteligente e com uma certa dose de sabedoria. Não serei nem aquele amigo ou namorado brilhante, mas simplesmente algo que parece marcar. Serei uma pessoa boa de lembrar, de tomar cerveja, de fumar cigarros e qualquer coisa do gênero.


Dirão que eu teria futuro, que era bem resolvido, que tinha muitos amigos.


Não entenderão o porque da reação a um pequeno assalto, para salvar um cartao de celular que custa R$ 10,00.


Não pensarão, na verdade, que nele está muitos de meus telefones, muitas de minhas lembranças e muito de meu pouco dinheiro muito suado.


E entrarão, quem sabe, pela primeira vez no meu blog. Que ficará no ar quase que eternamente, incomodando os outros pela falta. Ficará no ar, que ninguém sabe da senha que o desativaria. Embora tão óbvia...


E chorarão muitas vezes por postagens d’antes nada tão emocionantes.

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Quando você é uma sementinha....

Te guardo no travesseiro. Sabe, como o dente para a fadinha?! E te guardo junto com uma bala, daquelas de goma e bem coloridas. Amarro você ao com seus próprios cabelos, um fio ou outro... nada de mechas.
Enquanto durmo, ponho a mão, fico com os dedos juntos a você, te guardo como uma concha à pérola; e o calor, por baixo dos travesseiros, faz com que eu agüente o sem jeito dos braços, que doem um pouquinho...
Se você não fosse assim, tão pequenininha, por debaixo do meu travesseiro, quase acharia que o sono vem como minha cabeça no seu colo...
Mas não é verdade, que você está tão longe que não poderia ficar abraçado. Posso somente guardar entre minhas mãos e sentir seu cheiro.
(Sabe aquelas sementinhas que podem ser postas no travesseiro e fazem dele um enorme perfume macio?) Pois é...
Você faz meus sonhos terem cheiro... E acordo de manhã e você está lá. Pelo cheiro em minhas mãos....

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Diagnóstico: hiperativo mental com sérios riscos à sociedade...

Tem momentos que penso ser um hiperativo. Não daqueles que não poderiam ficar de frente ao mar, olhando o pôr do sol. Posso ficar durante muito tempo assim, ou olhando as estrelas.
Minha hiperatividade seria mental. Penso muito. Dezenas de coisas, se não simuntâneamente, umas por trás e por frente das outras.
Sou um tímido introspectivo nos próprios pensamentos. Sim, bobagem! Tenho, na verdade, uma vontade de falar com todos, como se mostrasse ao mundo: "Penso". Sou um megalomaníaco que pensa ao mesmo tempo nas próprias (im)possibilidades. Nas mulheres da minha vida, nos países em que morarei, na carreira acadêmica e em quais liguas seriam minhas prioridades de aprendizado.
Sou um canceriano que, como tal, pensa no passado. Sou um aflito pelos erros cometidos por mim. Um Don Juan de araque que se julga responsavel pelas amadas e pelo o que elas pensarão dos homens depois de mim. Sou um orgulhoso que gostaria de ser considerado um homem diferente (leia-se perfeito).
Mas nao se animem, meninas, que sou iguais aos outros, e morro por isso.
Sou a exigência em pessoa. Exijo os poucos comportamentos que acredito serem, de fato, imprescindíveis: não jogar lixo na rua, ser leal com as pessoas, jogar a vida de modo aberto e, senão o sentimento de compaixão, que é muito cristão para mim, pelo menos o sentimento de olhar. olhar para as pessoas. Dizer o que se pensa e pensar nos outros.
E o desconforto disso vem do fato de que nao se pode descuidar: um único momento de cegueira pode ser fatal para aquele que se acha um "paladino". E todo "paladino" está fadado à um momento de frustração. É a questão de pensar. Quando se começa a pensar, nao tem volta. Quando se começa a ser exigente com as ações próprias, nao tem retorno. Todo cuidado é pouco.
Na verdade, nao gostaria de ser diferente. Um pouco menos arrogante? Talvez.
O problema da arrogância é que ou ela coloca os outros como desviantes, ou nos coloca a nós mesmos...
Sim, um pouco menos arrogante. Pensar menos que eu poderia ter sido melhor. Porque sempre se pode ser melhor...

terça-feira, janeiro 23, 2007

O maio equívoco das mulheres é que elas acreditam naquela história de que são mais frágeis e inseguras do que os homens.
A fragilidade e a insegurança é a real Unidade Psíquica do Homem...

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Duas

Buena Vista Social Club
Composição: Eusebio Delfín

En el tronco de un árbol una niña
grabó su nombre enchida de placer
Y el árbol conmovido allá en su seno
A la niña una flor dejó caer.
Yo soy el árbol conmovido y triste
tu eres la niña que mi tronco hirió
yo guardo siempre tu querido nombre
y tú , que has hecho de mi pobre flor?

Sinceramente? Mesmo? Ainda acho que nenhuma entrega é demais. Que nenhum nome não deve ser marcado. E que toda flor, toda bela flor deve...
Toda bela e triste flor nunca é triste ao ponto de nao ser dada. Toda flor deve... ser dada, para ser bela.
E que a todo nome marcado devemos dar a pequena flor. Aliás, duas. Duas gardênias brancas que dirão...

(Isolina Carillo)

Dos gardenias para ti
Con ellas quiero decir:
Te quiero, te adoro, mi vida
Ponles toda tu atención
Que seran tu corazón y el mio

Eu sempre guardo os nomes e mantenho as flores na água...

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Sei lá, sei não

Sei lá a Vida Tem Sempre Razão
Vinicius de Moraes

Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação
Sei lá, sei lá
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, Sei lá
A vida tem sempre razão
A gente nem sabe que males se apronta
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
E o sol que desponta tem que anoitecer
De nada adianta ficar-se de fora
A hora do sim é o descuido do não
Sei lá, sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
A vida tem sempre razão

Em novembro de 2005 iniciei este blog. Na verdade não lembro exatamente como aconteceu, pelo menos com relação ao nome e as datas. Não sei se ele já estava aberto e sem nome; ou se esteve com nome, e ganhou inscrição virtual. Lembro, entretantos, que o nome deveu-se à música, e, retornando agora ao histórico, a primeira postagem foi sobre o samba e a tristeza, ou algo que valha. Fiquei impressionado, na época, com essa música porque sempre a imaginei com o refrão "sei lá, sei não", e sempre achei que essa métrica era a métrica.
Mas não. No filme Vinícius eu vi que um "sei lá" era seguido por outro. Coloquei, então, um sei não. E assim o blog iniciou. Sei lá, sei não.
Hoje minha mãe me disse que tem uma versão dessa música aparece tal como é o titulo do blog. Deve ser com essa versão que conheci a musica a princípio, e assim ficou em mente.
Indo agora ao oráculo, digo Google, digitei o "sei lá, sei não", e ou apareceu uma música qualquer dos racionais, ou apareceu referências ao meu blog. Não tenho dúvida agora, está patenteado.
Escutando a musica hoje, e retornando à letra, chamou-me atenção novamente.

A gente nem sabe que males se apronta
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
E o sol que desponta tem que anoitecer
De nada adianta ficar-se de fora
A hora do sim é o descuido do não
Sei lá, sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
A vida tem sempre razão

Uma coisa termina pra outra nascer. Para nascer em amor, em paixão, como uma lógica fantástica, bela. O nascimento da paixão aparece mais ou menos assim na música. Têm de ser reposta e sempre, ou quase sempre, para não ser determinista, acaba. Quase como o arco-íris.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Arco-da-aliança

Imagina (Valsa sentimental)


Antonio Carlos Jobim / Chico Buarque

Imagina, imagina
Hoje à noite a gente se perder
Imagina, imagina
Hoje à noite a lua se apagar
Quem já viu a lua cris
Quando a lua começou a murchar
Lua cris
É preciso gritar e correr, socorrer o luar
Meu amor
Abre a porta prá noite passar
E olha o sol da manhã
Olha a chuva, olha a chuva
Olha o sol
Olha o dia a lançar serpentinas
Serpentinas pelo céu, sete fitas coloridas
Sete vias
Sete vidas, avenidas, prá qualquer lugar
Imagina, imagina, imagina, imagina
Sabe que o menino que passar debaixo do arco-íris moça, vira
A menina que cruzar de volta o arco-íris rapidinho volta a ser rapaz
A menina que passou no arco
Era o menino que passou no arco
E vai virar menina
Imagina, imagina, imagina, imagina, imagina
Hoje à noite a gente se perder
Imagina, imagina
Hoje à noite, a lua se apagar


Ontem vi o arco-íris mais bonito da minha vida. Aliás, eram dois. De fora a fora no horizonte de minha janela. Um acima paralelamente do outro. Daí lembrei desta música. E achei-a mais linda ainda, com suas serpentinas coloridas, sete avenidas pra qualquer lugar.
Deu para entender o que há de onírico com os arco-iris. Nunca consegui antes me imaginar passando embaixo de um, mas ontem... Quase me ideei virando menina, ou achando um pote de ouro.
Ou melhor, achando um parque, com comidas e bebidas, e os melhores de meus amigos, de meus amores, de meu passado.
Seria, ao atravessar aquelas cores, como o paraíso que não posso esperar, já que não creio... Seria uma grande festa, com todas as amadas e os amigos que não se dão, abraçando-se todos, bebendo... Qui ça alguns deles nús, pulando na água... Seria um bacanal completo, sem necessária alusão sexual. Seria a festa do vinho e do pão, do amor e das risadas.
A mais bela metáfora, esse arco-íris. Seria a metáfora de meu passado, que com toda as sete cores abrindo a porta do presente pro passado passar, estabelecer... no luar, meus amigos ficariam a cantar. Seria o melhor do pretérito, transformando-se em presente, sob uma nova forma, já que o passado deve sempre ser passado, embora presente, à sua maneira.
Sob outro aspecto, o passado não poderia ser como o arco-íris, que passa ligeiro. Mas é. É presto. O passado e suas cores deveria se mostrar mais presente. Ou melhor, mostrar-se como presente, e ficar mais tempo. No meu caso, pelo menos, o passado faz-me o que sou. Mas acho que tratamos muito do passado como o arco-íris é tratado pela luz, que só o permite pouco tempo.
O arco-íris de ontem foi tão ligeiro mas tão lindo. E minhas cores ficarão da seguinte maneira: Buscarei tratar o passado no quadro de avisos, com fotos e lembranças. Quero que o passado não seja a "lua cris". Quero que o passado esteja a vista do presente, para que minha cores sempre me lembrem que sou colorido graças a elas. Tentarei olhar meu quadro de cores como um parque.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Tão presto quanto o digitar de um Brijo

Só não te quero um tempo. Um tempo para escrever, para lembrar das quintas, para olhar o calendário, para pensar no quanto te amo.
Só não te quero um tempo, tempo de minhas saudades, aquelas viagens e todos os dias seguintes às bebedeiras titânicas.
Só não te quero um tempo, curto tempo, que provo que te amo, que escrevo meus segredos.
Só não te quero um tempo, que preciso para escrever dúzias de páginas, com letras trêmulas transcritas de última hora em papéis coloridos.
Só não te quero um tempo, que preciso escolher os envelopes, as cores, decidir se vou ao correio e pensar na embalagem do presente.
Só não te quero um tempo, que o tempo é absolutamente necessário, que sou menino sem dotes produtivos, gasto muito papel e sempre rasuro minhas cartas.
Só não te quero um tempo, que preciso de mim para produzir para você. E sobre esse tempo, digo-te: poucos dias para tentar mostrar.
Mostrar que, se não me quero só em tempo algum, e se não te quero só um tempo, e se não te quero só em tempo algum, o tempo que eu quero é para mostrar que, fora ele, te quero toda. Todo tempo e o tempo todo.
E que o tempo que não te quero é tão curto que passa em prestíssimo, ao passo que meu amor por você é grave, e nada melancólico.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Ronin

[considerem issocomo ]
[uma figura de um Ronin. ]
[Não achei algo do gênero... ]
Pior do que o traidor repleto de confiança é aquele inseguro. Do traidor pleno não se pode esperar nada mais. Do segundo, nao se espera, não se julga, nao se considera. Até o momento da queda...
O traidor pleno sabe o que está fazendo e quase não pensar em agir de modo diferente. O outro pode saber ou não o que faz, e se remói por saber um monte de maneiras de fazer diferente. O pleno não se trai, o outro não faz nada além de trair a si mesmo. O primeiro sabe de si próprio, o outro, nem isso.
O traidor pleno sabe da fragilidade do mundo, de sua própria, e justifica seu atos, justifica sua (in)significação. O traidor amador não, não sabe de sua fragilidade, e fala da fragilidade mundana.
Este é frágil, um fraco que mal sai do lugar. Trai-se e pensa em como pôde, como foi capaz. Perde a honra, perde o chão e se sente o pior dos mortais. Isso é o seu orgulho. Aponta aos outros e se pergunta "como são capazes", mas não olha a si mesmo até o momento da falta. E neste ponto vê que o sonho de justeza é tão vão e sem propósito... não obtém a redenção, pois sabe que nada justifica. E que ele nada mais significa.
O outro nasce redimido, não precisa da provação dos outros e se vê como estabelecido na ordem. O inseguro aponta a desordem na sua ordem e se vê, no auto de seu orgulho, como o redentor, como aquele que carrega a bandeira da seriedade. É, no entanto, um paladino pronto à desonra de seu Deus. Um samurai que deixa seu mestre morrer, foge, e permanece vivo. Quando o traidor de si mesmo se vê como tal, perde a sua função.
E, fora dela, nada mais acontece. Perdeu seu propósito e se sente tão envergonhado que não se olha mais no espelho. E não é capaz de olhar para seu senhor caído. É tão orgulhoso de sua espada, que a falha representa um desejo remoto de abandonar tudo, e partir como um Ronin. Sem honra e pelo mundo...

domingo, dezembro 31, 2006

Révillon de Pierrot


O Reveillon é como um carnaval de um dia. Carnaval de máscaras, eu diria. Em que todos gostariam de mudanças. De trocar a mascara e se tornar o novo. Promessas de ano novo e mascaras de carnaval.
Trocar a mascara como quem troca de ano, muda de roupa, começa uma dieta, começa a correr, promete ser mais gentil, promete ganhar dinheiro, promete manter as agendas em dia e ligar aos amigos. Isto é ano novo.
Ano novo é intenção. Tenho a intenção do que? Terminar a monografia quanto antes, tirar a cidadania portuguesa, estudar pro mestrado, ganhar dinheiro e, no final do próximo ano, ter perspectivas de que o ano novo será melhor.
Porque hoje, às portas de um novo ano, acredito que não haverá muitas mudanças. Porque a vida não se interrompe ou modifica de modo pré-datado, ao 31 de Dezembro. E embora mudemos de máscaras diariamente, sempre o fazemos no Capricho da Fortuna. E sempre com muito menos controle e consciência do que quem põe a máscara do Pierrot.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Sorriso de Pérola.


Lembrei-me de um filme e, posteriormente de seu quadro. "Moça com um brinco de pérolas". Quadro clássico baseando um filme. Seriam coisas interessantes e belas, quadros iluminando a criação de um filme. A imagem iluminando a imagem.
Me impressiono muito com a imagem. Sou muito do que meus colegas de curso chamam, pejorativamente, atacando o "pessoal da comunicação", de uma pessoa afetada pelo 'universo da imagem'. gosto da imagem. Da imagem que ilumina.
Ela me iluminou, de fato. Minha garota, já a muito tempo, com o que eu chamaria hoje de "Moça com sorriso de pérola". O sorriso aberto, largo, branco. E as gargalhadas e um daqueles olhares. Sim aqueles olhares.
São dos olhares e dos sorrisos, de fato, que milha libido é feita. E de outras coisas, que ninguem é de ferro. Coisas como... a inteligência. São esses os meus afrodisíacos. O sorriso de pérola, os olhos abertos e um cérebro maior do que o meu.
Se soubesse desenhar, ou pintar, faria um quadro da Moça Com Um Sorriso de Pérolas. E seu sorriso seria tão largo e envolvente quanto a lembrança do primeiro sorriso de minha querida...
ps. 1: Eu diria que o quadro ficaria tão bonito que conseguiria vender meus direitos autorais para uma propaganda de dentefrício. Mas isso acabaria com todo o romantismo da postagem...
E isso seria imperdoável.
Ps.: O quadro dos brincos é de Johannes Vermeer.

quarta-feira, novembro 29, 2006

O Sentimento


O Sentimento? O sentimento é uma matilha de cães que quase pensam serem gatos e são liderados por um chimpanzé que pensa ser gorila...
Impossível qualquer controle. A confusão reina.

sábado, novembro 25, 2006

entre, de modo indefinido

...diria que o presente deles foi lindo. E que foi a maneira como muitos sonhariam. Os dois, inexperientes, vinho, massa, andar pela casa nús, conversar, perceber que o sexo nao é simples quanto os filmes mostram... Ela, novinha, ele, "já passando da hora de se tornar um homem".
Foi uma descoberta, de fato. E, durante a vida dos dois, seguramente escutaram e escutarão olhares e vozes surprendidas.
Da surpresa de um casal que descobriu o amor juntos.
E, dessa descoberta, souberam e saberão do conceito de presente:
O período de maior ou menor duração, compreendido entre o passado e o futuro.
Porque o amor, e descobriram juntos, é sempre um presente. Separa, sempre, o passado e o futuro de modo dificil de perceber. Como uma gradação de cores tristes e alegres, onde não se sabe quando terminaram as cores frias e começaram as quentes.
Afinal de contas, a toda foto escaba um momento, um segundo anterior e o posterior. E a lembrança é tão frágil quanto o próprio amor. E semi-imortal.
Sempre resta, do presente passado, um pouco de vermelho e violeta, e verde e amarelo...

sábado, novembro 18, 2006

Romance de Boa-fé

A sinceridade primeira.
No topo de uma escola.
No topo do sexualismo.
Não podem malograr.

[Amadeus]

Não se anime tanto, menina. Te direi a verdade, antes, de fato, que seja tarde. Sim, sou um namorado bacana. Sou lindo e atencioso ao ponto de que, mesmo quando não mandando flores, é como se sempre as recebesse. Sou verdadeiro, leal, romântico, feliz e choro de felicidade constantemente. Olharei em seus olhos, entrarei em sua alma, gostarei de seus fazeres e te deixarei dormir como uma estátua de mármore, não porque fria, mas por demais bela. Te adornarei diariamente e escreverei muitos e-mails, mandarei muitos poemas, pensarei muito e redigirei muitas e muitas cartas, muitas delas não mandadas.
Mas ai, minha futura Linda...
Abandonarei, enfim, que pouco é para sempre. E, aviso, sou um péssimo es-namorado. Olharei pelos corredores, num querer ser e não ser amigo. Sentirei saudades. E nunca, nunca desaparecerei. Nunca deixarei de te amar. Nunca de deixarei só. Viverei em seu encalço.
E você, em volúpia de liberdade, sofrerá, enfim...
Ou sofrerei eu, repito, que muito do amor meu é pra sempre.
E seus olhos, por mim, quase que não mais brilharão.
E ficarei como que sem parte de meu próprio corpo.

quarta-feira, novembro 15, 2006

... a própria vida? Singela e arrebatadora.


O cordel do fogo encantado é o melhor grupo que apareceu na música brasileira nos últimos 10 anos. Tão lindo que nem pude resistir a por essa musiquinha. Tão singela... Não seriam os olhos tão singelos quanto...

Os Oim Do Meu Amor
Ê nunca mais eu vi
Os oím do meu amor
Nunca mais eu vi
Os oím dela brilhar
Nunca mais eu vi
Os oím do meu amor
São dois jarrinho de flor
E todo mundo quer cheirar


Encontrei teus olhos no fundo de minha gaveta. Embrulhados em papel de seda e perfumados de Jasmim.
Junto a livros e discos queridos. E duas flores. Uma, o girassol. Outra, o cravo. Da terrinha...

terça-feira, novembro 14, 2006

Um Ferro

Um relacionamento?
É como um ferro quente. Na pele não se escapa das conseqüências. Como eu sempre digo: as coisas implicam em muitas coisas. E um relacionamento, implica em alguma queimadura.
Mas não, não seria uma marca negativa. O relacionamento queima queimaduras que são amáveis. São reconhecíveis. São viciáveis. São como marcas daquelas culturas tribais. Para os outros, nunca fazem sentidos. Para as mesmas, para os nativos, para nós mesmos, a marca que nasce no relacionamento sempre indica muito mais. Indica os rituais de iniciação anteriores, indica os desejos de mudança de classes, indica as barreiras sociais inerentes, indica a própria mudança inevitável.
Mas ainda são marcas, meninas. Que nunca, nunca se apagam. Podem ser menos patentes, mas ainda existem. Sempre existem.
O pesado mesmo é o status que as queimaduras carregam. O que as Meninas de Minha Vida pensarão de mim? Acho que sou um homem bacana.
Mas perco o sono constantemente. Sempre achando que poderia ter sido melhor. Sempre um Homem melhor.

domingo, novembro 12, 2006

Quimeras

Minhas mulheres?

Minhas mulheres são quimeras. Fantásticas. Não correspondem ao mesmo tempo, e justamente por isso se constituem-se como criação. Minhas mulheres são passado e presente. Por vezes, futuro. São ruivas e morenas, cabelos cacheados e lisos, com belos olhos verdes e castanhos. Negras. E brancas como marfim.

Por falar em marfim, minhas mulheres são uma preciosidade. E tenho, de fato, que matar-me todos os dias, como um grande elefante, para fazer jus a elas.

Minhas quimeras fantásticas são monstruosas. Matam-me e dilaceram-me. E por elas, somente por elas, VIVO.

Só correspondo a mim mesmo por conta delas. E por suas inteiras responsabilidades me esforço para tornar-me um homem melhor.

terça-feira, novembro 07, 2006

Mas Não


Gosta, mas não tanto. Dá beijos, mas não delonga. Segura as mãos, mas não cheira. Ama, mas não declara. Ouve, mas não escuta. Vê, mas não repara. Lê, mas não escreve. Fala, mas não abertamente. Cobra, mas não oferece. Dá atenção, mas não colo. Sai com amigos, mas não convida. Chora, mas não defronte. Olha, mas não aos olhos. Recebe olhares, mas não gosta.
Consistente, mas tem ciúmes.
Viaja, mas teme trajetos. Acerta, mas teme derrotas.

Tenta viver, mas tem medo.


Tenta, mas humaniza-se em demasia, em demasia.