sexta-feira, janeiro 05, 2007

Tão presto quanto o digitar de um Brijo

Só não te quero um tempo. Um tempo para escrever, para lembrar das quintas, para olhar o calendário, para pensar no quanto te amo.
Só não te quero um tempo, tempo de minhas saudades, aquelas viagens e todos os dias seguintes às bebedeiras titânicas.
Só não te quero um tempo, curto tempo, que provo que te amo, que escrevo meus segredos.
Só não te quero um tempo, que preciso para escrever dúzias de páginas, com letras trêmulas transcritas de última hora em papéis coloridos.
Só não te quero um tempo, que preciso escolher os envelopes, as cores, decidir se vou ao correio e pensar na embalagem do presente.
Só não te quero um tempo, que o tempo é absolutamente necessário, que sou menino sem dotes produtivos, gasto muito papel e sempre rasuro minhas cartas.
Só não te quero um tempo, que preciso de mim para produzir para você. E sobre esse tempo, digo-te: poucos dias para tentar mostrar.
Mostrar que, se não me quero só em tempo algum, e se não te quero só um tempo, e se não te quero só em tempo algum, o tempo que eu quero é para mostrar que, fora ele, te quero toda. Todo tempo e o tempo todo.
E que o tempo que não te quero é tão curto que passa em prestíssimo, ao passo que meu amor por você é grave, e nada melancólico.

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