terça-feira, janeiro 02, 2007

Ronin

[considerem issocomo ]
[uma figura de um Ronin. ]
[Não achei algo do gênero... ]
Pior do que o traidor repleto de confiança é aquele inseguro. Do traidor pleno não se pode esperar nada mais. Do segundo, nao se espera, não se julga, nao se considera. Até o momento da queda...
O traidor pleno sabe o que está fazendo e quase não pensar em agir de modo diferente. O outro pode saber ou não o que faz, e se remói por saber um monte de maneiras de fazer diferente. O pleno não se trai, o outro não faz nada além de trair a si mesmo. O primeiro sabe de si próprio, o outro, nem isso.
O traidor pleno sabe da fragilidade do mundo, de sua própria, e justifica seu atos, justifica sua (in)significação. O traidor amador não, não sabe de sua fragilidade, e fala da fragilidade mundana.
Este é frágil, um fraco que mal sai do lugar. Trai-se e pensa em como pôde, como foi capaz. Perde a honra, perde o chão e se sente o pior dos mortais. Isso é o seu orgulho. Aponta aos outros e se pergunta "como são capazes", mas não olha a si mesmo até o momento da falta. E neste ponto vê que o sonho de justeza é tão vão e sem propósito... não obtém a redenção, pois sabe que nada justifica. E que ele nada mais significa.
O outro nasce redimido, não precisa da provação dos outros e se vê como estabelecido na ordem. O inseguro aponta a desordem na sua ordem e se vê, no auto de seu orgulho, como o redentor, como aquele que carrega a bandeira da seriedade. É, no entanto, um paladino pronto à desonra de seu Deus. Um samurai que deixa seu mestre morrer, foge, e permanece vivo. Quando o traidor de si mesmo se vê como tal, perde a sua função.
E, fora dela, nada mais acontece. Perdeu seu propósito e se sente tão envergonhado que não se olha mais no espelho. E não é capaz de olhar para seu senhor caído. É tão orgulhoso de sua espada, que a falha representa um desejo remoto de abandonar tudo, e partir como um Ronin. Sem honra e pelo mundo...

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