sexta-feira, março 31, 2006

Hoje

Hoje ela veio. E me deixou tao feliz...!!! Sim, bem sei que nao temos nada, e é exatamente por isso. Por ela ter vindo, sem ter a mínima obrigação...
Alguns amigos meus, depois de receberem um favor , dizem que "não precisava", ou antes, "não precisa". Mal percebem que muitas vezes é justamente porque não precisa. Nao preciso levar amigas minhas ao ponto de onibus, mas levo. Pelo mais puro prazer, como seu eu agradecesse pela companhia.
E minha alegria foi justamente pelo tanto que foi expontâneo. E eu me senti como um bobo. Tão pouco e tão pouco prestando atençao necessariamente no diálogo, mas mais precisamente na preciosa honra, na preciosa companhia. E rindo, como que agradece: "obrigado por me permitir sua companhia"...

terça-feira, março 21, 2006

Novo Pleonasmo

Já faz algum tempo que nao escrevo mais um e-mail, não. E ai, como vai você? Nao, não é mais um e-mail de discussão de relacionamento, só um e-mail introdutório. Introdutório à nova novidade e ao pleonasmo, como você pode ter percebido!! O novo pleonasmo é que você é linda e que eu adoro seus beijos "meio do caminho". Sim, embora você os tenha inventado, o registro agora é meu. É um daqueles seus beijos em que nao se usa a lingua nem os lábio de modo seco. é um beijo molhado e não tão rápido. Nao é daqueles beijos que se dá e se volta ao olhar outra direção; nem daqueles que faria, há poucas decadas, uma mão zelosa - e moralista, digo de passagem - tampar os olhos do filho pequeno. Entao, é este o beijo "meio do caminho", que me agrada tanto. E posso dizer que gosto tanto de você, do modo como come. Acho que quando voce almoça, você se mostra com um charme impressionante. Uma elegância..!
E te gosto de tantas maneiras. Gosto de você rindo. afinal de contas, o riso é o maximo.
E gosto de você se revoltando com as coisas e falando mal do sistema, da rotação da terra, daquele ao qual nao direi o nome, do governo, do trânsito, da ética - ou falta de ética - humana. sim adoro quando você abandona uma austeridade, uma seriedade britânica. Fica revoltada e, como quem lembra da compustura de só quem vê a família caçar patos nas Planices Baixas da Escocia pode conhecer, pára de falar e subtamente rí um sorriso ou uma gargalhada, olha pra mim e faz-me sentir o homem mais amado, mais amado, mais amado do mundo.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Tijolo chegando

Tenho um grande costume de escutar musicas pelo portal Terra, na parte das Letras. No momento escuto uma grande música. Ou melhor, a melhor música brasileira. Sei bem que é radicalismo falar do melhor. O melhor livro, o melhor disco, a melhor comida, a melhor namorada. O melhor, de modo simples e objetivo, não existe. O melhor nao pode ser puressimplesmente o melhor. Até o melhor é relativo.
No entanto escuto, agora, a melhor musica. Aguas de Março. Sim, é a melhor, a mais completa, mais redonda, mais brilhante música já feita, mais...
...
Tive de parar um pouco para "dar play" pela quarta vez, na quarta versão escutada direto, sem parar. Mas acho que vocês entenderam o tanto que gosto da música.
É "a musica da vida", "dos prós e dos contras", da prata brilhando, do tijolo chegando. O tijolo chegando é o maximo. Imagina, é a vida. Vocc está num vim de verão, toda aquela chuva e entregam o tijolo. Onde por aquilo, que confusão... Esta música, até onde sei, foi meio que iniciada a partir do sítio do Tom, que passava por uma reforma, toda aquela confusão e tal... e no final de tanto tempo, tanto tijolo, tanta chuva, tanto prego, tanto carro enguiçado, a reforma fica pronta! O verão se fecha e a vida continua, bela, adorável, para o proximo verão... e ela, a vida, seguindo, nao deixa de ser o maximo pelo corte no pé, pela febre terçã, pelo rosto desgosto, pelo pouco que todos nos ficamos, pelo menos de tempos em tempos, sozinhos. Talvez seja justamente pela intermitência, pela confusão do tijolo.
É o maximo esta musica... imagina: uma cobra, um pau; é a garrafa de cana, o estilhaço na estrada; é o carro enguiçado, é a lama, é a lama. Imagina o carro enguiçado no meio de uma estrada indo para um sítio no fim de um verão, toda aquela chuva. Puta que pariu, que situação irritante e engraçada! O povo descendo para empurrar, e a lama, e a lama. Ou então toda a tranquilidade de um sítio, e o tijolo chegando, aquala confusão, onde por a merda do tijolo. Absolutamente varavilhosa, a confusão....
(oitava versão da musica, tocada direto...)
(repetindo uma das versões) É uma ave no céu, é uma ave no chão. Tem coisa mais bonita que isso, mesmo que antes exista uma pedra de atiradeia? É o maximo esta musica, o canto da vida, do espinho na mão, do corte no pé. Puta que pariu, sempre me emociono com esta música como se fosse a primeira vez que escutasse.
E já é a décima segunda vez... direto e só hoje! e a chuva só chuvendo...

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Sorvete em preto e branco

Um sonho. E nele, depois de misturar a mini-série Lost, transmitida depois do jornal da Globo, com um filme nacional de 1900 e bolinhas de isopor, estava discutindo com um conhecido que me contava suas experiências com o uso de todo o tipo de drogas. No sonho, em determinado momento, ele disse:
Como isso aconteceu? Como iniciou? Como perdi tudo? O inicio foi um dia em que fui ao Bluemontain tomar um sorvete. E me perdi lá dentro. Tomei vários sorvetes, um mais magnífico que o outro. Até que me vi praticamente sozinho, extasiado de sorvetes. E sem dinheiro. Para pagar a conta, pedi dinheiro a uma amiga. E até hoje não sei se realmente acertei minha dívida com ela. E a parti daí me perdi. O danado é um modo de dosar o sorvete.

Embora não tenha, em nenhum momento do sonho, visto um sorvete. Até sonhar sonhos de palavra ‘sorvete’ é muito frustrante quando o sonho se passa, em todo o momento, em preto e branco.
Fica ai para a análise.

terça-feira, janeiro 31, 2006

Isto era pra ser um resumo

Isso era pra ser um resumo. mas como sou MUITO prolixo, ultrapassou muito o numero de caracteres. fica ai o resumão, enquanto nao escrevo um resumo do resumo...
Na verdade uma ressalva é importante: os textos aqui "postados" só devem ser lidos por aqueles sem receios de tentar me entender um pouco mais profundamente ou sem receios de escutarem desabafos nem sempre agradáveis. E, no entanto, não devem esperar as revelações e verdades. Muitos textos destes só podem ser entendidos pelo texto ainda não escrito. Textos posteriores já que são todos, os textos, um processo. Muitos são os que foram escritos ontem, anteontem. a semanas. Sao, com isso, não necessariamente o modo como me sinto, mas como me senti, ou como me sinto que me sentia. Dai a confusão neste blog. A própria confusão de seu autor. É necessario uma atenção dos leitores para que não tirem conclusões precipitadas.
De qualquer modo, é um espaço onde as pessoas têm acesso aos sentimentos que nao são expostos no cotidiano, ou são por este mais ou menos velados.
Os.: os textos podem ser, também, somente textos. Nada mais.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Belo Presente

Estava na casa de um amigo hoje. Precisava respirar e resolvi tirar dinheiro no banco 24 horas. Depois de uma caminhada no fim de tarde, inicio de noite, resolvi comprar sorvete. Acabei fazendo mais: prestando uma homenagem silenciosa pra duas ex-namoradas.
Explico: todas as mulheres gostam de sorvete. E gostam, o que "reflete" mesmo suas características mais profundas, dos sabores mais diferentes. Eu, de limão. Elas, de flocos e creme. Como só queria duas bolas, fiz da seguinte maneira. Uma de flocos, uma de creme, a cobertura de limão; tudo em uma grande casquina de dar inveja aos seres com mais profunda característica infantil.
E assim, com o sabor das mulheres que amei, ao meu modo azedo de ser, segui uma longa rua de belo horizonte nao como uma criança que saboreia um sorvete, mas como alguem que saboreia e bem-diz ao passado, reconhecendo neste o presente dado!!!

sábado, janeiro 14, 2006

O modo de cada objeto

Na verdade, não há tanto a explicar o carinho, a proximidade, o sentimento de amor. A nós é legado o papel de encontra-lo mais do que, realmente, monta-lo.
As coisas dignas de amor possuem um tempo, um jeito, um modo. É dessa maneira que se o pode encontrar como quem, chegando a um lugar, percebe-o como Passárgada; olhando um alguém, percebe-o como pessoa. É como um amigo, que não é feito, mas encontrado. E é dessa maneira que os amores a primeira (as) vista são possíveis. Se não à primeira vista, antes de qualquer motivo objetivo para amar. Antes de um "amo-te por isso". O motivo do amor, quando ha um, só mostra-se com o tempo.
Disso tudo não sucede que o amor seja imutável, eterno. Mudam tanto o objeto do amor quanto o sujeito do mesmo. E dessa mudança, o amor torna-se, de fato e simplesmente, desencontrado. Desse encontrar e perder, “A vida é arte do encontro. Embora haja tanto desencontro pela vida."

sábado, dezembro 24, 2005

Queridos amigos invisíveis e inexistentes...

Vendo as coisas de um modo crú, esse negocio de blog é mais um sinal de solidão, pelo menos em boa parte das vezes. É como uma forma de desabafar pra ninguem especificamente. E justamente por nao ter ninguem específico pra desabafar. Então, se escreve coisas que poucos lêem e se limpa a consciência, do tipo: "não podem reclamar que não sabiam o que eu penso, já que está exposto". Tem solidão maior? Não é do tipo de coisa do "meu querido diário", onde ninguem lia; mas do tipo de coisa: "meus vários amigos invisíveis e inexistentes...".
Se estivessem, realmente, companias, as pessoas nao escreveriam tanto em blog, pelo menos em um como esse, coisas melancólicas e subjetivas. Só escrevem por nao ter com quem realmente conversar.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Depois de uma semana escrito...

Não gosto de mulheres. Na verdade, na verdade mesmo, mulher é bom. Só as mulheres conseguem levitar. Os homens não. Homens são grotescos. Estão mais pra trotar do que levitar. Conheço várias que levitam. Pouquíssimas que, como homens, trotam. Olho para as mulheres, as sigo nas ruas, as fito nos ônibus. Mas, voltando, na completa sinceridade, não são as mulheres que me atraem. É a mulher.
Não, ainda não se trata de paixão declarada por uma específica, mas, potencialmente, por muitas, especifiquíssimas. O que eu gosto, gosto mesmo, não é mulher, mas companheira. Não a que casa, ou mesmo a que namora. A que dá atenção. A que escuta. A que chora. A que sente saudade e me liga, falando mansinho e chamndo-me de algo muito diferente de “Fofucho” ou “Fofuchinho”; mas chamando-me por algo muito próximo de me homem e de amigo. Gosto da mulher que me trata assim, como um amigo e como um amante. Não exatamente na forma de festejos de dia de namorado.
Nem namorada ela, a mulher, precisa ser. Pode ser daqueles amores intermitentes, mas não amores convenientes. (Uma coisa que não pode ser conveniente é amor). Ela pode ser daquelas que me nutre o mais profundo carinho e de tempos em tempos me gera o mais profundo amante. Amizade Colorida, mas não uma amizade colorida que está disposta a simplesmente ouvir os “sim”, os “claro, estou bem”, os “sim, sexo agora”; mas que esporadicamente seja capaz de não ouvir nada de mim, de saber que quero ficar calado, cabisbaixo, com vontades de sentar em colo e receber cafuné. Sim, homens também gostamos de cafuné, como um felino que, cansado de “pegar as gatinhas”, queremos simplesmente receber aquele Carinho dos Carentes ou Atenção dos Manhosos. Claro, isso está bem próximo da namorada, mas aproxima-se mais daquela relação de não necessária exclusividade, própria dos namorados.
A Mulher nem precisa ser A Companheira, mas é absolutamente necessário que ela esteja A Companheira. Indisposta a somente receber, mas muito a doar-se; capaz de permitir que o outro não sejamos o Macho, ou não o tempo todo.
A namorada é, dentre estas facetas da Companheira, também uma boa opção de relacionamento. É aquela que te leva pra casa e assume que você possa não somente entrar na vida dela, mas permite que acorde em sua vida no dia seguinte; e que ficam num quarto, enclausurados, e quando liberados da exclusividade do espaço, vão enfrentar os pais, os irmão, os animais de estimação, a vida da companheira que, por ser exatamente isso, a companheira, me assume como importante. Mesmo naquela manha seguinte de uma noite anterior. Porque, sabe-se, na manha seguinte de uma noite, ninguém agüenta aquele danado gosto de manha seguinte.

sábado, dezembro 03, 2005

Meninininhas e Varões

Na verdade eu quase não sei de onde se tira a firmeza, a autoconfiança, a autonomia, a firmeza e todas as “virtudes” típicas ao masculino, ao Homem, ao ser viril. Digo quase porque isso faz parte da “cosmologia ocidental”, para usar uma palavra típica da sociologia para designar um complexo de formas de visão, que construiria um todo “coerente”. E essa coerência, em parte ditada durante séculos pelos homens, e aceita pelas mulheres, é de fato eterrorizadora. E hoje, já iluminados pelo iluminismo - para ser bastante redundante- nos dispomos de uma mesma “cosmologia”, anda mais embuida de “aspectos avançados”. Para ser um pouco menos prolíxo: nos comportamos de modo tão tradicional que, em arroubos de igualdade entre gêneros, construímos os estereótipos do permitido à igualdade. Temos metrosexuais, e outras “tribos”, como a daqueles jovens em que os homens podem ser sensíveis como uma menininha. Colocamos estas exceções e reafirmamos a regra de que o homem de verdade não pode ser sensível. Não pode querer atenção, carinho, ser sincero, chorar, deixar a mulher sair sozinha sem uma cara de desaprovação, deve repudiar homosexuais masculinos, ter homofobia, ficar incomodado com abraços entre homens, beijos no rosto, homens andando de mão dadas. Cá entre nós, os russos são bem conhecidos pela sua “masculinidade questionável”, né? Claro que não! Já tom e Vinicius poderiam andar em Paris de mãos ou braços dados, já que eles, de tão avançados, são exceções que confirmam a regra. São possibilidades típicas de exceções: artistas, o poetinha e seu maestro.
E para continuar a tragédia temos as mulheres reafirmando-a. Porque, afinal de contas, se os homens são seguros, firmes, decididos, másculos, ou seja, verdadeiramente homens; porque ligar, porque mostrar interesse, porque exigir que sejam mais abertos, sinceros, honestos, verdadeiros? Homem é homem, porra! Just it. (o palavrão foi só um momento de reafirmação diante de um texto tão aviadado!)
E continuando a afirmação da masculinidade pelas muhleres temos que todos os homens são iguais: não ligam quando combinam, são galinhas, canalhas, cafajestes, porcos chovinistas; não necessariamente nesta ordem. E estão absolutamente corretas! E como regras são regras e exceções são exceções, as últimas serão tratadas como primeiras, afinal de contas são somente exceções. Como confiar em uma?
Quase me esqueço: são absolutamente insensíveis. Homem não chora. E sobre a reafirmação que as mulheres dão a isso, lembro da frase: “Odeio ver homem chorando”. Este incomodo típico de várias mulheres é o incomodo de elas se sentirem inseguras. Afinal de contas, “se homem não chora, e este que está em minha frente está chorando, ele é o que? Sobre a impossibilidade de conceituação, como devo tratar?” Deve ser da mesma raça dos que compram flores. São normalmente “bonitinhos”, percebem? “Hã?! Comprando flores para sua namorada sem uma data ou alguma outra coisa em especial? Que bonitinho...”
E, enquanto as exceção são tratadas como tais, e sob a rotulação da regra, os homens continuarão sendo tais como são, precisando absolutamente de carinho e atenção, diferente de todos os homens e iguais a todas as menininhas...
Aliás, diferente de todas as menininhas, porque estas podem chorar...

quinta-feira, dezembro 01, 2005

D.I.T

Lá vai o rodrigo rumo ao país menos glamouroso ( acho que não é assim que se escreve) dos mas glamourosos (ibid). De qualquer maneira, vai lá ganhar notas verdes que não são de 1 real, ver bundas branquelas e servir de mão de obra barata (na verdade barata dependendo do ponto de vista) e sentir na pele mais um reflexo da Divisão Internacional do Trabalho. Ê frase marxista!!!
Embora acretide que seja isso mesmo, é engraçado como a divisão do trabalho, numa frase como essa, é quase uma pessoa... da quase pra falar: "ô fulano, sabe quem eu vi ontem? a 'Divisão Internacional do Trabalho', tomando um wisk com o 'Sistema'!" se bem que eu acho que uma bebedeira com a D.IT. deveria ser alguem tomando wisk e outro pinga. ou melhor, um tomando o wisk e outro buscando-o. Sem beber, porque beber no serviço não dá...
Tá bom, tá bom! De quaquer maneira é melhor não pensar no reflexo da DIT, Rodrigo. Pelo menos enquanto quem pega a bebida e limpa os pratos é você!!! Pensa no sol, é melhor... E melhor pensar, também, em mudar um pouco de ares. Algo mais tradicional... que tal Londres!?

segunda-feira, novembro 28, 2005

Sambas e o Reparar

Fundamental a tristeza. Ou, antes, o sofrimento de amor. Não pela impossibilidade de fazer samba quando não sofremos. Não faço samba, mas o escuto.
E, para mim, tão somente por escuta-lo é necessário o sofrimento de amor. Quem já o sentiu sabe do que falo, desde que goste de música.
Uma boa parte das músicas (pegaria dúzias de exemplos entre Buarques e Vinícius, Tons e Caetanos) só podem ser realmente apreciadas à luz de um sofrimento de amor. Embora a letra seja a mesma, o que muda é o espírito, já capaz de olhar, e “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara” [Ensaio sobre a Cegueira], e que, ainda o espírito, sofredor, torna-se capaz de escutar, de ler, de identificar-se.
Deve ser esta, propriamente, a palavra. O espírito que identifica na música, no poema, no filme, numa história. Embora seja melhor ser alegre do que triste, isto só é patente por um sofrimento, ainda que a miude; uma perda, ainda que passageira.
E, pela transitoriedade do sofrimento, reparar a estabilidade da poesia!