terça-feira, dezembro 20, 2005

Depois de uma semana escrito...

Não gosto de mulheres. Na verdade, na verdade mesmo, mulher é bom. Só as mulheres conseguem levitar. Os homens não. Homens são grotescos. Estão mais pra trotar do que levitar. Conheço várias que levitam. Pouquíssimas que, como homens, trotam. Olho para as mulheres, as sigo nas ruas, as fito nos ônibus. Mas, voltando, na completa sinceridade, não são as mulheres que me atraem. É a mulher.
Não, ainda não se trata de paixão declarada por uma específica, mas, potencialmente, por muitas, especifiquíssimas. O que eu gosto, gosto mesmo, não é mulher, mas companheira. Não a que casa, ou mesmo a que namora. A que dá atenção. A que escuta. A que chora. A que sente saudade e me liga, falando mansinho e chamndo-me de algo muito diferente de “Fofucho” ou “Fofuchinho”; mas chamando-me por algo muito próximo de me homem e de amigo. Gosto da mulher que me trata assim, como um amigo e como um amante. Não exatamente na forma de festejos de dia de namorado.
Nem namorada ela, a mulher, precisa ser. Pode ser daqueles amores intermitentes, mas não amores convenientes. (Uma coisa que não pode ser conveniente é amor). Ela pode ser daquelas que me nutre o mais profundo carinho e de tempos em tempos me gera o mais profundo amante. Amizade Colorida, mas não uma amizade colorida que está disposta a simplesmente ouvir os “sim”, os “claro, estou bem”, os “sim, sexo agora”; mas que esporadicamente seja capaz de não ouvir nada de mim, de saber que quero ficar calado, cabisbaixo, com vontades de sentar em colo e receber cafuné. Sim, homens também gostamos de cafuné, como um felino que, cansado de “pegar as gatinhas”, queremos simplesmente receber aquele Carinho dos Carentes ou Atenção dos Manhosos. Claro, isso está bem próximo da namorada, mas aproxima-se mais daquela relação de não necessária exclusividade, própria dos namorados.
A Mulher nem precisa ser A Companheira, mas é absolutamente necessário que ela esteja A Companheira. Indisposta a somente receber, mas muito a doar-se; capaz de permitir que o outro não sejamos o Macho, ou não o tempo todo.
A namorada é, dentre estas facetas da Companheira, também uma boa opção de relacionamento. É aquela que te leva pra casa e assume que você possa não somente entrar na vida dela, mas permite que acorde em sua vida no dia seguinte; e que ficam num quarto, enclausurados, e quando liberados da exclusividade do espaço, vão enfrentar os pais, os irmão, os animais de estimação, a vida da companheira que, por ser exatamente isso, a companheira, me assume como importante. Mesmo naquela manha seguinte de uma noite anterior. Porque, sabe-se, na manha seguinte de uma noite, ninguém agüenta aquele danado gosto de manha seguinte.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito lindo menino!!! Nem sabia que você escrevia tão bem!
Parabéns!
beijos