quinta-feira, dezembro 31, 2009

Feliz Ano Novo

Quanto tempo sem postagens! Enfim, essa é pra um feliz Ano Novo!!! Boa sorte pra vocês e pra mim...

A propósito, um ano novo bom começaria assim... Ficaram sabendo da flagrante insubordinação de Nelson Jobim e a cúpula militar? Carta de demissão coletiva?! Este é um bom texto a respeito das coisas que penso sobre isso. Boa essa carta do Alipio Freire. E o que eu gostaria de ter visto é mais ou menos assim:

Lula - Oi Nelson Jobim... Vi sua carta de demissão coletiva com o Comando. Daqui a uma hora a imprensa estará aqui. Aguardo o pedido coletivo de desculpas por insubordinação ou, coletivamente, estarão todos na rua.

Tá, podem dizer que nao seria um bom chefe de estado, e concordaria... Agora, pressão por carta de demissão, em vésperas de fim de ano; acinte ao Chefe Maior e explicita incapacidade de negociar é a puta que os pariu. Os militares têm de ser lembrados do papel democrático deles, e que quem manda é o Presidente, qualquer que seja ele.

sexta-feira, outubro 09, 2009

Pois é, pra que?!

Sabe aquele mestrado, da comunicação?! Pois é.... Fui reprovado. Foi reprovado o mesmo projeto que em 2008 foi aprovado...

segunda-feira, agosto 31, 2009

Confissão

Sim, excelentíssimos. Estão certos em uma coisa: sou culpado por ter-me distanciado dos padrões morais. Não digo tanto aqueles verticalizados, estruturados, ditados de modo curto e grosso pelo coletivo. Não. Minha pena é maior: posso ser acusado do distanciamento de minhas próprias leis. Não que sejam tão somente minha, que isso não há. Leis coletivas, sem dúvida; mas leis adotadas, legitimadas, discursadas, apontadas em meus maiores momentos de oratória como o semblante de um devir humano, de um modo mais íntegro de existência.
Por este caminho, minha culpa não é tanto uma questão de ter-me desvirtuado moralmente. Não foram, então, tão somente suas leis as quebradas. Não me redimo. Pelo contrário, que o homem é tão mais culpado quanto quebra suas próprias leis.
Acertam os que vêem nessas palavras alguma onda relativista. Sem dúvida. Meu pecado é, pois, antropológico. Sou culpado por ter tolerado minha mais absoluta desculturação. Se não podem me culpar por ter sido arrancado do meu espaço, do meu tempo, da minha rotina, dos meus sonhos; podem me culpar por negligência e traição simbólica. Podem me culpar por, em momentos de maiores violências sobre mim praticadas, não ter levantado-me, não ter gritado, não ter vindo a essa côrte e dito: “ajudem-me a eu ser eu mesmo”. Não fiz tal coisa. Agüentei calado, por omissão, por medo, por vergonha coletiva. E foi então que depois de dias, rotinas, anos, horários e planos eu me tornei um maior inconfidente. Sou culpado, pois, não por no ter seguido aquilo que vocês esperavam, mas por eu ter-me permitido tornar-me alguém que não sou. E, o que é pior: nas sombras da mais obscura das casernas simbólicas, que é o próprio homem. Meu pecado, foi, pois, não o de conspiração, que é a honra dos descontes e cínicos transparentes. Meus pecados foram os inversos: de não ter conspirado, não ter feito, de não ter agido, de ter-me mostrado impassível diante de minha mais absoluta transformação.
Se, então, esse espaço foi pra mim aberto, digno de diálogo, de retrato, de mais absoluta transparência, eu simplesmente foi culpado de aqui não ter vindo em todo o processo de mudança. Receio dos inconfidentes é o rechaço. E nem todo rechaço é certo, o que se apresenta como bem pior o crime. E, quando calado passei por esses momentos de mudanças, quando acordo e não sou mais membro desse clã, dessa legião, desse grupo de amigos e amantes, não tenho mais nada além do justo rótulo de desviante, de outsider. Se pelo silêncio tornei-me, pela voz agora me declaro um culpado.

domingo, agosto 23, 2009

Projeto Cidade do Cabo 2010

Como tenho muitos projetos, vai aí mais um...

O plano é mais ou menos o seguinte. Vou ser reprovado no concurso do Ministério da Justiça e do Mestrado, que estou muito burro pra isso. Vou parar de sair porque o mundo me dá preguiça. Vou juntar dinheiro e, se tudo der certo, partirei pra Cape Town. Vou esquecer a distinção entre ser e estar, alugar uma coisa qualquer e passar o máximo de tempo possível estudando inglês.

E vou voltar (?!), ingenuamente acreditando que algo muda, e que isso realmente vai ajudar a me encontrar. Senão eu não volto, fico mais uns meses e serei escalado para a seleção.

Ou então eu não consigo juntar dinheiro e darei seguimento à essa vida medíocre. Até ficar de saco cheio, colocar uma mochila nas costas e concretizar o meu velho projeto de virar hippie.

quinta-feira, agosto 13, 2009

P0LÔNI0: Chega, Ofélia, para aqui... Majestade, ora busquemos nosso lugar. E tu, lê neste livro; a leitura pretexto será para tua solidão. Freqüentes vezes somos passíveis de censura, pois abundam provas sobre isso, de que com bondade simulada e ações pias conseguimos tornar açucarado o próprio diabo.


O REI: (à parte): Quão verdadeiro! Como essas palavras me chicoteiam fundo a consciência! O rosto rebocado das rameiras não é mais feio, sob a artificial beleza, do que a minha ação debaixo do verniz com que a enfeitam meus discursos. Oh fardo horrível!


P0LÔNIO: Ei-lo que chega, meu senhor; saiamos.

(O Rei e Polônio saem.) (Entra Hamlet.)

HAMLET: Ser ou não ser... Eis a questão. Que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e arremessos do fado sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes? Morrer... dormir... mais nada... Imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos golpes infinitos que constituem a natural herança da carne, é solução para almejar-se.Morrer.., dormir... dormir... Talvez sonhar... É aí que bate o ponto. O não sabermos que sonhos poderá trazer o sono da morte, quando alfim desenrolarmos toda a meada mortal, nos põe suspensos. É essa idéia que torna verdadeira calamidade a vida assim tão longa! Pois quem suportaria o escárnio e os golpes do mundo, as injustiças dos mais fortes, os maus-tratos dos tolos, a agonia do amor não retribuído, as leis amorosas, a implicância dos chefes e o desprezo da inépcia contra o mérito paciente, se estivesse em suas mãos obter sossego com um punhal? Que fardos levaria nesta vida cansada, a suar, gemendo, se não por temer algo após a morte - terra desconhecida de cujo âmbito jamais ninguém voltou - que nos inibe a vontade, fazendo que aceitemos os males conhecidos, sem buscarmos refúgio noutros males ignorados? De todos faz covardes a consciência. Desta arte o natural frescor de nossa resolução definha sob a máscara do ensamento, e empresas momentosas se desviam da meta diante dessas reflexões, e até o nome de ação perdem. Mas, silêncio! Aí vem vindo a bela Ofélia. Em tuas orações, ninfa, recorda-te de meus pecados.

segunda-feira, junho 22, 2009

Assistidos?!

Pois bem... Estarei, provavelmente durante muito tempo, com uma marca de dois ou três pontos na sobrancelha. Perto de um dos meus pontos de ônibus, tem uma pequena ribanceira, de dois a três metros. Ontem, pisei em falso e cai... Rolei. Cheguei com o "rosto" aberto em casa, e parti, pelas 24:00 horas, ao hospital mais próximo.
lá chegando, fui super mal atendido; esperei horrores; fui atendido por um médico filho da puta que não perguntou o que aconteceu; não falou quanto tempo fico com os pontos; nao passou analgésico nem antibiótico; não tirou chapa da minha bacia (estou com um dor relativamente boa...) nem da cabeça; questionei o atendimento estúpido do médico e fui agredido pelo guarda municipal; depois fui destratado pelo atendente.
Pra piorar, vi agora pela manhã que perdi meu celular na queda. Puta que pariu.
Hoje não vou trabalhar, vou ver como está minha situação na Unimed e vou elaborar uma denúncia do atendimento do hospital.
É triste pagarmos tantos impostos, recebermos um atendimento como se fosse favor e estarmos super mal assistidos...

sábado, maio 30, 2009

Como seria?

Queria escrever coisas bem escatológicas. Falar de cú, porra, cadáveres, passado, amor, trabalho, profissão, padrão.
Mas não dou conta de falar isso. Sou um púdico da porra.

Estava lendo outro dia o poetinha: A hora íntima. "Quem pagará o enterro e as flores // Se eu morrer de amores?"

Pensava, durante o banho. Como seria?

Morreria no carro, numa tentativa de assalto, ao reagir no sequestro da menina? Levaria um tiro, provocaria uma indignação da violência durante quanto tempo?

Ou morreria de um câncer qualquer? Tal como o pai. Um câncer do resultado de uma vida desregrada, uma vontade de respirar, um cigarro sempre aceso, uma vontade do aproveitar. Uma vida que duraria um tempo de dois tragos. Uns quarenta ou cinquenta anos. Um "Ele buscou isso"...

Morreria num roupante, num desespero por uma empresa falida, os sessenta, sei lá... Um tentativa de vôo de uma cobertura alto luxo, em algum bairro limpo e importante, de alguma grande cidade? Uma matéria inexplicada num jornal, ou o silêncio moderado. Suicídios nao se publicam.

Ou morreria de uma doença simples e brutal, os 30? Num país africano, asiático... Uma vontade de conhecer o desconhecido. Uma viagem. Uma cólera, uma cobra? Há quantos km do consulado? Quantos meses ou semanas de falta de notícias? Quantos e-mails não respondidos?

E como seria? "Quem pagara o enterro e as flores // Se eu morrer de amores? // Quem, dentre os amigos, tão amigo // Para estar no caixão comigo?"

terça-feira, maio 26, 2009

Carta de Emilie Sauvignon

Você sabe que está adulto quando sente solidão. Quanto mais pessoas você conhece, maior a solidão do mundo. E quando mais as pessas se falam, maior a potência de não se entenderem. As palavras eram mais precisas em cartas; e as pessoas, mais próximas.





sábado, maio 16, 2009

Notas

*Passeata Gay barrada em Moscou. Este marxista liberal ficou se perguntando: "que diabos. Como podem ter passado por uma revolução durante tanto tempo e serem tão atrasados?" Pergunta retórica de um Marxista Liberal, é claro.

*É uma merda isso de mudarem padrão de vestibular na ultima hora. Os vestibulandos devem estar loucos. De qualquer maneira, se na minha época existisse um vestibular +- unificado, provavelmente nao teria feito a prova 3 vezes.... E acredito que teria feito meu curso em algum litoral ensolarado do nordeste....

*Uma pessoa que tem 50.000 na poupança deveria pagar por isso... Porque diabos até agora poupança não pagava I.R??? E os jornalistas "revoltadinhos", porque, afinal de contas, ninguem gosta de pagar imposto no Brasil....

*1:00 e minha mãe liga pra Puliça: "Oi, botá fora é crime?"; "É! É sim!"; "Porque tem 2 homens jogando entulho em frente à minha casa"; "Não, mas pra isso você tem de ligar pra prefeitura"; "Prefeitura está aberta agora?"; "Não"...

*Repararam que os jornais estão se lixando pro nome do deputado que estava se lixando e este acabou ganhando isso como apelido?

*Vou mandar um DVD do Anjos e Demônios pro Papa. (o Obama presenteou a rainha elizabete com um ipod e o 1 Ministro com mas de 50 DVDs)

*Vou jogar na Mega-Sena

sexta-feira, abril 24, 2009

Que merda de foto....

Este não é o Ramiro...

E isto não é um cachimbo....

segunda-feira, abril 13, 2009

I

Uma das coisas que aprendi nos últimos anos foi a ficar calado. Naquele momento que a garganta cala, que a alma e a mão vacilam, que a palavra é alguma coisa de não saber direito ou saber muito.... Neste momento, aprendi a não falar. Simples assim... É a porra de um hábito difícil de perder.

domingo, abril 12, 2009

?


Qual é a cor da sua saudade?

quarta-feira, abril 08, 2009

O Grande Circo Místico

Na Carreira

(Chico Buarque; Edu Lobo)

Pintar, vestir// Virar uma aguardente//Para a próxima função//Rezar, cuspir//Surgir repentinamente//Na frente do telão//Mais um dia, mais uma cidade//Pra se apaixonar//Querer casar//Pedir a mão

Saltar, sair//Partir pé ante pé//Antes do povo despertar//Pular, zunir//Como um furtivo amante//Antes do dia clarear//Apagar as pistas de que um dia//Ali já foi feliz//Criar raiz//E se arrancar

Hora de ir embora//Quando o corpo quer ficar//Toda alma de artista quer partir//Arte de deixar algum lugar//Quando não se tem pra onde ir

Chegar, sorrir//Mentir feito um mascate//Quando desce na estação//Parar, ouvir//Sentir que tatibitati//Que bate o coração//Mais um dia, mais uma cidade//Para enlouquecer//O bem-querer//O turbilhão

Bocas, quantas bocas//A cidade vai abrir//Pruma alma de artista se entregar//Palmas pro artista confundir//Pernas pro artista tropeçar//

Voar, fugir//Como o rei dos ciganos//Quando junta os cobres seus//Chorar, ganir//Como o mais pobre dos pobres//Dos pobres dos plebeus//Ir deixando a pele em cada palco//E não olhar pra trás//E nem jamais//Jamais dizer//Adeus

Defendendo as maiorias? Que maioria?

Vamos falar de Política e Ódio. Esse par de palavras me lembra de intolerância, minorias e todas aquelas coisas. O esquema é mais ou menos esse, venho caminhando rumo à um ódio para com o ilustríssimo Governador de São Paulo Ex-ministro da Saúde Pretenso candidato à Presidência, José Serra.

Se eu fosse norte americano, na década de 1950, provavelmente o serra para presidente seria como eleger MacCarthy. Não que eu seja um comunista, mas estou naquela linha tênue. E como Ford (e Chaplin) foi processado por comunismo, não tenho a menor dúvida que eu seria queimado em praça pública.

Pois bem, um sujeito, que em prol da bandeira anti-tabagista de saúde pública, define as regras atuais para o cigarro em São Paulo, não passa, para mim, de um autoritário. Ah, alguns podem falar sobre o fato de que é uma minoria a de fumantes. Sem dúvida, mas é justamente sobre minoria e direitos individuais que estamos falando. Calma aí, que minoria, "Cara pálida"?!

Em pesquisa realizada pelo ministério da Saúde, a VIGITAL2009 (clique aqui para ver a pesquisa), temos o seguinte resultado:

São Paulo é a capital do brasil com maior porcentagem de fumantes, 21%. 15,1% de mulheres e 27,7 de homens. O que estamos vendo aqui. Considerando o gênero masculino, temos quase entre 1/4 e 1/3 da população sendo discriminada. (a palavra é forte, mas é discriminação. Pra não falarem que escrevo em causa própria, e nao dou correta definição às palavras, vamos ao Aurélio:

discriminação
[Do lat. discriminatione.]
Substantivo feminino.

1.
Ato ou efeito de discriminar.
2.
Faculdade de distinguir ou discernir; discernimento.
3.
Separação, apartação, segregação:

Se, de modo geral, cerca de 1/5 da população, e 1/4 ou 1/3 dos homens, são obrigados a se retirarem de todo lugar, para fumar; se esse hábito torna-se requisito para discernir direito a estar em espaços; se essa porcentagem, que na minha definição é enorme, tem todo o direito cerceado de estarem em lugares fechados, ao contrário do que já pregava a lei federal; não há outra palavra para definir do que discriminação: "Separação, apartação, segregação"
.

As frações acima são engraçadas. Parecem pouco, mas vamos pensar em pessoas. Uma a cada cinco pessoas; Uma a cada quatro, uma a cada três... Segundo o IBGE, 2008, são quase 2 milhoes e duzentas mil pessoas proibidas de tomar sua cervejinha e fumar o seu cigarrinho... (claro que seria necessário cruzar os dados dos fumantes e bebuns, mas vou considerar que todos os fumantes, se desejosos de beber, estaria proibidos de fazê-lo em bares fechados; eu só conheci uma pessoa que nao bebia mas fumava. Era islamica...)...

É claro, tem aí quase 9 milhoes de pessoas que nao fumam (estou falando somente da cidade de São paulo), mas o caso, queridos, é que me recuso a pensar em 1/5 como tão minoria assim...

Pra mim, é uma perseguição às Bruxas. Uma parcela importante da elite política simplesmente, por motivos mais variados, não gosta que as pessoas fumem. E, como "as pessoas não são capazes de decidir o próprio futuro, ou perceber que o fumo deve ser abandonado, paulada nelas". É o estado tutelando os cidadãos.

na pesquisa do ministério, que tem um capítulo especial para o "tabagismo", lê-se, no cabeçalho: "MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa"

Ai, ai, ai.. ai ai ai ai!!!!!!!

Que porra de "gestão participativa" é essa?!?!?!?!?!? Vai aí uma hipotese minha: "no brasil existem menos de 20% da população que realiza atividades política e mobilizadoras institucionalmente consolidadas, como por exemplo partidos políticos, movimento dos sem-terra e tal". Tá, falo isso quase só da minha cabeça. Agora, onde está essa "Gestão participativa" que criminaliza o uso do cigarro? (estou misturando alhos com bugalhos, que uma coisa é o ministério, outra é o "Serralhar" antitabagista. Mas a questão é, de forma geral, que estamos passando por um momento histórico de criminalização do tabaco. E eu não estou afim de ver o Serra realizar sua política no país, seja ela a parte neoliberal, seja ela a porra do controle sobre a "minoria" de 20% da população.

A caça às bruxas é só mais um motivo e postura autoritária que me faz acreditar que isso do Serra ser presidente não é uma boa pro país. Não acho que isso é uma coisa realmente democrática, essa gestão no aspecto comportamental e da propriedade privada, por lei de estado. E isso, sinceramente, não falo somente por que eu amo cigarro. É um esquema que vem de minha origem liberal mesmo. E o esquema é até onde estas coisas podem ir. Acho que uma proibição (com "boas justificativas" puxam outra).

(Vai ter muito bar registrando-se como tabacaria...)



segunda-feira, abril 06, 2009

Hoje estou meio James Dean

É, hoje estou meio James Dean... É ele na foto... Parte do dia foi cinza, e ando com uma real vontade de dizer foda-se. Tá, isso não foi gentil. Faz muito tempo que não tenho uma mistura tão grande de auto-estima e sentimento de que sou um medíocre. Quer dizer, rola de fazer muito mais coisas. Tipo o hábito do queridinho aí de cima, de pedir que cigarros sejam apagados no peito. Não, não é um esquema tanto de querer um sofrimento. Não sou dado pra essas coisas. Mas rolaria de ter noites de quebradeira e morrer não tão velho, mas cheio de glória!


**********






É engraçado como as coisas rolam. Estava conversando longamente com uma ex minha, daquelas raridades que rola uma amizade até que bastante saudável... Falávamos e bebíamos falando dos relacionamentos passados e toda aquela coisa. É engraçado, quando falo de Ciclana ou Beutrana, é quase sempre que vejo algum outro olhar nas pessoas. Principalmente quando a frase é de carinho, a maioria das vezes perguntam: "Você ainda gosta dela?".

O que estas pessoas querem como resposta? Porra, sinto saudades de todas, gosto de todas, e só chego a namorar com alguem que tenho muita afinidade. Virar ex significa 'deixar de gostar'?!


Não sei o que passa pela cabeça das pessoas com perguntas do gênero. Na verdade, boa parte da pergunta quer saber não qual o seu relacionamento com a pessoa; mas saber porque cargas d'agua algum namorado (a) fala de alguma namorada (o), se não for pelo saudosismo... Sou um homem que sente muitas saudades... De tudo. Mas saudosismo....? Não tanto...






(na definição do Aurélio de saudosismo, descobri que foi um movimento literário português. Vejam esse poema de Teixeira de Pascoaes. Reparem nos dois tempos do poema... Lindo este Elegia do Amor... Mas prefiro Vinicius....)








Esse po
vo não sabe que relacionamentos não foram feitos pra durar...

sexta-feira, abril 03, 2009

terça-feira, março 31, 2009

Função social é o caralho!

Depois de algum tempo sem publicar nada, vai duas coisas recortadas da comunidade do orkut "Odeio anti-tabagistas". Pois bem, só porque ando puto mesmo... E também porque meus pulmões, como diz a comunidade, não tem função social. Apesar do que alguns pensam...

Mark Twain

"I don't want any of your statistics. I took your whole batch and lit my pipe with it. I hate your kind of people. You are always ciphering out how much a man's health is injured, and how much his intellect is impaired, and how many pitiful dollars and cents he wastes in the course of ninety-two years' indulgence in the fatal practice of smoking; and in the equally fatal practice of drinking coffee; and in playing billiards occasionally; and in taking a glass of wine at dinner, etc., etc., etc. . . . You never see but one side of the question. You are blind to the fact that most old men in America smoke and drink coffee, although, according to your theory, they ought to have died young; and that hearty old Englishmen drink wine and survive it, and portly old Dutchmen both drink and smoke freely, and yet grow older and fatter all the time. And you never try to find out how much solid comfort, relaxation and enjoyment a man derives from smoking in the course of a lifetime, (and which is worth ten times the money he would save by letting it alone,) nor the appalling aggregate of happiness lost in a lifetime by your kind of people from NOT smoking."

Mark Twain, San Francisco, 1865



Anti-tabagismo como sintoma social


"(...) Mas há também a cultura da droga oficial, dos remédios, da economia da angústia, da tristeza e da dor, acompanhada de formas cada vez mais assépticas de relações entre as pessoas. A campanha contra o cigarro, por exemplo, com essa conversa toda de fumante passivo, é um exemplo. Compreendi recentemente que a principal razão de se odiar o cigarro e os fumantes, hoje, é sua substituição pelas pílulas de remédios, que rendem infinitamente mais do que a indústria do tabaco. Soube que a indústria farmacêutica, no mundo contemporâneo, só perde para a de armamentos. Há uma farmácia por metro quadrado da rua nas cidades, e nenhuma delas quebra ou pede falência. Fumar faz mal, dá câncer, impotência etc. A angústia deve ser sanada pelas associações cada vez mais refinadas de ansiolíticos com antidepressivos, muitos dos quais causam o que chamam de redução da libido. Toda a produção científica, sobretudo na área médico-comportamental (a medicina e a psicologia vivem uma lua de mel interminável) é comandada pelo capital (a ciência e o capitalismo vivem uma lua de mel interminável).E a música – a popular brasileira, por exemplo? No lugar do sex and drugs dos anos 1960 e 1970, dos sambinhas sempre sensuais e, voltando ainda mais no tempo, das letras tragicômicas dos rompimentos amorosos, das vinganças, das injúrias e devastações das antigas serestas, o que temos hoje é a música clean, desapaixonada, dessexualizada, das cantoras corretas e sem apelo de enunciação em sua voz."

Luciano Elia, psicanalista, no prefácio a "A Sexualidade na aurora do século XXI": http://www.travessa.com.br/A_SEXUALIDADE_NA_AURORA_DO_SECULO_XXI/artigo/69c19cb4-3824-4ed2-b041-9ca71ab86ccd

segunda-feira, março 09, 2009

notas em muma manhã vendo MTV

Generalizações sem sentido em uma manhã vendo MTV, pra provar que o canal pode provocar danos cerebrais...

*O rock brasileiro é um cara de calças de pijama, chapeu coco e meia dúzia de tambores. Os caras são true.

*Rock é um um sentimento parcial de mal do século XIX, 10 baseados (só conheço só uma pessoa que já fumou ópio), e uma frustração de antigas aulas de música. Desistência de tocar Para Elisa e um modo de ligar com a morte curtindo a vida ligando uma guitarra à um amplificador.
(imagina uma aula de piano. "atenção com o compasso, atenção com o compasso! pa-pa-paa;pa-pa-paa. Devia ser um inferno na terra. Só pudia dar em um procedimento com a vida um pouco diferente mesmo...)

*É impressionante que uma banda de nome "Ira!" tenha uma porcaria de música como "bebendo vinho". Melodia e letra terríveis. "Os" rockeiros.

*O rock não pode sobreviver aos rits simplórios e um espírito de "normalidade" do mundo. Como podem haver tantas músicas feitas para "cantores"? Tantos instrumentos tocando somente para que alguem cante? A década de 1980 acabou com o rock porque foi desenvolvendo a noção de que o simples fato de cantar pode ser a base inicial de uma música. O que a porra do Michel sabe de música? Onde foram parar os solos instrumentais? Não me digam que é culpa dos padroes de single 2min e 30''!
(adendo: ao digitar isso à tarde, estava passando Tutti Frutti. A música tem 1:57 e tem um micro solo de guitarra. É disso que estou falando. Estavam tocando com o Rei, mas era uma época que o cantor nem sempre sufocava a música. Daí o rock nasceu...)


*Acabou de começar um clipe do AC/DC. É exatamente disso que estou falando.

*Agora, passando um ritzinho do Oasis, desligo a TV e vou comprar carne. Multiplicidade musical tem limite.
(Já gostei de Oasis, e acho de verdade que "Morning glory?" é um bom disco. Tenho dúvidas se de rock, mas um bom disco de alguma coisa. Mas vamos convir que se acham um Beatles. Coitados nunca conseguiram mudar de estilo, e pra chegar no tamanho da inovação musical de Beatles, nem nascendo novamente.)

domingo, março 08, 2009

Notas para o fim de um mundo

Dia difícil. Ressaca gigantesca, passando todo o dia dormindo. É muito penoso isso de começar coisas, seguir coisas. Perdi minha capacidade de escrever, de falar, de me expressar. O que não seria tão terrível se a vontade simplesmente não existisse.
O fim de um relacionamento é foda. Claro que não o tempo todo. Mas existem dias que são muito cinzas e azuis. Se a vida é naturalmente um processo de aprendizado, o que é mais amargo é termos de nos afastar daquilo que foi durante muito tempo uma referência.

É disso que se trata, de referência, de link. Um relacionamento é um link, uma pergunta de "Você se lembra disso?". Depois de um relacionamento bonito, o complicado é que muito é respondido como "Eu me lembro de quem". Jamais escutarei rock da mesma maneira. E vou ter uma pontinha de tristeza toda vez que escutar um solo bonito. Não parece que até poucos anos atrás eu nunca tinha usado All Star.

Entristece-me o fato de ficar tanto tempo na frente do computador e terem saído tão somente estas mal traçadas linhas. Virei um homem tão sem graça.