sexta-feira, setembro 07, 2007

Sem título

Normalmente demoro 40 minutos do centro à casa; até 1 hora e meia, no caso de engarrafamentos. 20 minutos com o transito livre.


Hoje, no entanto, 2 horas e 40, em horário de trânsito tranqüilo...obvio que alguma coisa acontecia, naquela feição de andar a poucos e poucos metros. Foi realmente difícil uma viagem que não chegava ao fim...


A via expressa, que depois de determinado ponto não tem mais saída, mostrou o acontecido lentamente. E o motoqueiro jazia dentro de um saco preto. Naquele momento, foi como se o mundo fizesse silêncio. E quase todos do ônibus olharam...

Construção

Letra e música: Chico Buarque


Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última

E cada filho seu como se fosse o único

E atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina

Ergueu no patamar quatro paredes sólidas

Tijolo com tijolo num desenho mágico

Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado

Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe

Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago

Dançou e gargalhou como se ouvisse música

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado

E flutuou no ar como se fosse um pássaro

E se acbou no chão feito um pacote flácido

Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego



Amou daquela vez como se fosse o último

Beijou sua mulher como se fosse a única

E cada filho seu como se fosse o pródigo

E atravessou a rua com seu passo bêbado

Subiu a construção como se fosse sólido

Ergueu no patamar quatro paredes mágicas

Tijolo com tijolo num desenho lógico

Seus olhos embotados de cimento e tráfego

Sentou pra descansar como se fosse um príncipe

Comeu feijão com arroz como se fosse máquina

Dançou e gargalhou como se fosse o próximo

E tropeçou no céu como se ouvisse música

E flutuou no ar como se fosse sábado



E se acabou no chão feito um pacote tímido

Agonizou no meio do passeio náufrago

Morreu na contramão atrapalhando o público


Amou daquela vez como se fosse máquina

Beijou sua mulher como se fosse lógico

Ergueu no patamar quatro paredes flácidas

Sentou pra descansar como se fosse um pássaro

E flutuou no ar como se fosse um príncipe

E se acabou no chão feito um pacote bêbado

Morreu na contramão atrapalhando o sábado

2 comentários:

*Mr. Tambourine* disse...

Puta merda!
Mais um motoqueiro!
Um dia chega a minha vez!
Como diz os amantes da moto:

"Existem dois tipos de motoqueiros. Os que já sofreram acidentes e os que vão sofrer acidentes..."

huahuahuahuahuahuhuahahuaa

Abração!

*Mr. Tambourine* disse...

Puta merda!
Mais um motoqueiro!
Um dia chega a minha vez!
Como dizem os amantes da moto:

"Existem dois tipos de motoqueiros. Os que já sofreram acidentes e os que vão sofrer acidentes..."

huahuahuahuahuahuhuahahuaa

Abração!