terça-feira, setembro 04, 2007

Daí usam do monumento, é claro.

Tá, confesso. quase chorei na exposição do Niemayer do Palácio das Artes. De um misto de felicidade e tristeza, sentimento tão contrastante quanto a própria produção do arquiteto. De um lado, sempre produtor de monumentos governamentais; de outro, histórico homem comprometido com as mudanças sociais mais de esquerda no mundo. Comprometido com a monumentalidade e com o povo, com a mudança.

Tá certo, conforme o arquiteto disse, "da arquitetura só ficam os Monumentos". A pirâmide de Gisé e o Versalhes continuam lá, muito embora não sejam as próprias utilizações simbólicas de seus momentos. Parece-me que o compromisso arquitetônico do poeta das curvas é com a beleza.
E não restritamente arquitetônico, e segundo ele, importando mais que a própria arquitetura, "o que importa é o compromisso social".
De qualquer maneira, e a esse respeito só digo isso, fica o destaque para o novo Centro Administrativo do Estado. E com o primeiro texto da exposição sendo do Aecinho, ligando Niemayer historicamente ao Tigrão do Tancredo, é claro. É tudo muito claro.
Mas que as linhas são bonitas, isso elas são. "Como a mulher preferida (sic)".

Um comentário:

Unknown disse...

Tá aí uma bela contradição do Niemayer, entre o "monumental governamental" e o objetivo social...Mas como você disse, deixando de lado reflexões mais profundas, como é bonito de se olhar, não é?