quarta-feira, agosto 22, 2007

Vamos deixar de onda!



Tá, vamos parar com essa coisa toda. Não sou um cara bacana. Ou melhor, bacana eu sou. Mas isso não que dizer muita coisa. Fui normalmente bem dotado em sorte para ter mulheres realmente belas. Mas como os homens não prestam, sou tal como dotado de um belo potencial de ser um babaca. Sim, isso mesmo. Afinal de contas, ser bacana é facil. O difícil é ser íntegro, ou brioso, como diz o Aurélio. Não sou brioso, sou levemente carismático mas uma porta em falta de sensibilidade. Não sou bem posto em presentes bonitos, em verdades completas ou em sentimento de onde é o fim apropriado e o reinício desejável. Ou pior, sei disso tudo, mas tenho uma enorme potencialidade de descumprir meus próprios valores. Sou impróprio. O que não seria um crime, se nao fosse o caso de eu ser altamente exigente. Invejo, em verdade, os canalhas convictos, que não fazem que os outros construam esperanças. Eu não. Construo esperanças e arrebento com elas com a sorte de quem não sabe onde colocar as vírgulas e os pontos de conclusão. Sou prolíxo em relacionamentos. Mas a verdade, no mais das vezes, tem algum aspecto de objetividade. Estou tão distante da verdade - que amo - quanto da capacidade de cumprir minhas capacidades academicas em qualidade. Sou um medíocre em verdade, verdadeiramente.
(E que isso fique em azul, que é uma cor que odeio.)


sábado, agosto 18, 2007

A song for Jeffrey

(Jethro Tull)

A song gonna lose my way tomorrow,

Gonna give away my car.

Id take you along with me,

But you would not go so far.

Dont see what I do not want to see,

You dont hear what I dont say.

Wont be what I dont want to be,

I continue in my way.



Dont see, see, see where Im goin,

Dont see, see, see where Im goin,

Dont see, see, see where Im goin to,

I dont want to.



Everyday I see the mornin
come on in the same old way.

I tell myself tomorrow brings me
things I would not dream today.

Vai, canalha! Vai e canta.
Sua independência simulada.
Este canto besta.
Esta incompreensível arte de se sentir autônimo.

Vai, canalha! passa despercebido.
Passa que seu caminho é seu caminho.
sua vida é sua vida,
seu hoje é o que mais importa.

A noite de ontem não conta
os homens devem ser livres
E as cartas não respondidas.

E o que importa?
Não são todos independentes?
A liberdade não é uma coisa nata?
Não somos todos mais absolutamente dotados de livre arbítrio?

Então quê importa?

Não ligue, canalha.
Que todas as saudades vindas de um colorido,
Que todo quarto colorido,
E todas as músicas romanticas em fins de noite...

O choro escondido não incomoda
Nada disso vai atrapalhar seu sono.
Que todo sono de bêbado é protegido.
Deus baco protege a todos.

O triste é que tão bom (deus) sabedor da vida
Tenha morrido solteiro.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Nada mais

Canta! Canta, criança!
Que a noite não é longa,
Seu rosto, vermelho...
e toda essa alegria, esse sinal, essa cerveja.
Tudo isso passa, criança.

E toda essa bebedeira,
essa doce alegria,
esse ponto que passa,
essa alegria dos cantos de calourisse.

Essa coisa passa, criança.
E amanha, num amargo amanha,
Você verá.
Verá que, apesar de toda boa vontade,
Essa boa vontade toda ainda mostrará

Que toda vontade de viver
Não passará da absoluta verdade
Que toda vida não basta
E que, apesar de tudo,
Não foste tudo aquilo que pudera
E que a vida ainda continua

E você, criança,
de meias listradas
E cabelos cor de pão-de-mel
Ainda será fadada a encontrar-se
Com os fantasmas do passado.

Seu passado. Quase somente o seu.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Capacete



"A gente se compadece e se apega às pessoas que sofrem. [Lu, 2007]"
Na verdade, muito cristão isso.
“- Só motoqueiro que arruma isso” [Corpo desconhecido, de uniforme e entrando no ônibus, 2007].
Esta foi a primeira frase que escutei ao entrar no ônibus. Algum tempo antes estava é pensando em todos os amores e apegos de minha vida, nas pessoas que sofrem e riem, que fazem dos próprios cabelos cachinhos, e nas tantas que seguram talheres ora com estrema fineza, ora com aquela força que só vemos nos famintos de restaurantes no centro.
Certo, não era em todos os amores que pensava, e deles pouco importa agora. O importante é que o meu pensamento foi interrompido pelo conhecimento de que o ônibus estava mais atrasado do que o habitual. Há poucos metros, uns 15 ou menos, um carro parando todo o trânsito. Na pista ao lado, e no mesmo sentido, um corpo. Não vejo bem ao longe, fato que denota minha arrogância e pretensão. Não reparo em um palmo diante do meu nariz, e lembro somente de minhas espinhas e costeletas.
Mas lá estava o corpo, ainda vivo, um carro bem arrebentado, e uma fila enorme de outros carros atrás. Parece-me, inclusive, que a situação tinha algo de nobre, de auto-impositora de respeito. Uma enorme fila e nenhuma busina.
Poucos envolta do corpo, que embora tenha um RG e ainda estivesse vivo, é um corpo. Os corpos, por si só, são anônimos. Até compreendo pessoas em volta de corpos jogados por batida, afinal de contas, alguma solidariedade é compreensível quando o resgate ainda vem e muitos se questionam se virá em tempo ou não. Alguém tem de manter o corpo acordado. Apesar de não saber o porque, e o porque de isso acontecer em tantos filmes. "Não durma, Jack. Não durma. Fale comigo!".
Mas o de depois, quando de um resgate que avisou da chegada à distância, os corpos, em pé, avistando o deitado, se multiplicaram. Por que diabos as pessoas ficaram ali, olhando o corpo deitado, quando a ajuda já vinha, e lá parou. Imagino que a ajuda, com sua sirena, precisaria de espaço, de calma, e de menos corpos em pé. Curiosos. Lá pararam.
E o que não entendo é a primeira frase quando de minha entrada ao ônibus. Porque diabos têm de colocar a culpa no pobre do motoqueiro?