sábado, junho 16, 2007

I


Já eram anos, estava em meados dos 30 vividos, quase uma década fora e menos calvo do que todos esperavam. Tinha ganhado um pouquinho de dinheiro, um certo reconhecimento e vários lugares onde pagavam para dizer obviedades. Conversava com muitos dos antigos através das maravilhas da tecnologia.

Escreveu dois livros, dezenas de artigos e escutava todas as músicas tradicionais de onde veio. Aprendeu duas línguas além da sua e lia bem em outras duas. Produziu programas de tv, rádio e escrevia como comentarista regularmente em dois jornais brasileiros, um inglês e três de algum outro país latino. Era conhecido como um professor acessível, não lá tão sério e rigoroso, mas odiado por várias críticas feitas a todos, que sua arte sempre foi criticar; e respeitado por muitos daqueles que sempre se calam.

E então que, andando por uma daquelas ruas cheias de turistas, viu o espectro do passado num daqueles cafés de cidade badalada. Pegou o celular, desmarcou o compromisso, sentou, observou. Somente observou, que toda coragem é pouca para enfrentar metade de seus anos de distância.

E nenhum daqueles pensadores conhecidos o ajudaria na insegurança, que já há anos, percebeu que não mudaria. De certa maneira não se aprende a viver, que ele nem pensou que, naquela mesa, a pessoa também pensava os anos, assim como anos pensando em como poderia ter sido diferente.

2 comentários:

marthacomth disse...

de onde é isso? é seu tb?
e a pintura?

menino, vc precisa citar no seu blog de acordo com as normas da abnt! haha!!!

beijo, beijo!

marthacomth disse...

Gostei um tanto desse seu texto, mas eu vou ler de novo pra poder dar pitaco.

E é legal saber que os textos são todos seus!

E vc pode mencionar a figura em questão, uai! tipo... "esse quadro é de fulano".. rsrs

E sim, vc deve ser uma pessoa muito sábia! Já que viu Godfather, uau!!

=*****