sábado, abril 28, 2007

Alguma cousa, qualquer cousa.

A Woman Is A Sometime Thing
George Gershwin
Album: Porgy & Bess-Hlts


Listen to yo' daddy warn you
'Fore you start a-traveling
Woman may born you, love you and mourn you
But a woman is a sometime thing
Yes a woman is a sometime thing

Yo' mammy is the first to name you
Then she'll tie you to her apron string
Then she'll shame you and she'll blame you
Till yo' woman comes to claim you
'Cause a woman is a sometime thing
Yes a woman is a sometime thing

Don't you never let a woman grieve you
Jus' 'cause she got yo' weddin' ring
She'll love you and deceive you
Then she'll take yo' clothes and leave you
'Cause a woman is a sometime thing
Yes a woman is a sometime thing
Yes a woman is a sometime thing
Yes a woman is a sometime thing

Mulher é um trem com tempo próprio. Com seu tempo próprio, diria. Absolutamente imprecisíveis... O tempo e a mulher...
Em quanto isso, uma bela garoa na cidade

domingo, abril 15, 2007

Confissão

Sou um Homem bacana. Mas seria bem mais caso não fosse tão infantil, inseguro, ingênuo, fraco, arrogante e imaturo.

Sem muitos problemas, que com o tempo essas coisas se ajeitam... Com o tempo se aprende a viver...

sábado, abril 14, 2007

Sua descoberta? Descobriu que amava. (reeditado)

Nova Ilusão
Paulinho da Viola


É dos teus olhos a luz
Que ilumina e conduz
Minha nova ilusão
É nos teus olhos que eu vejo amor e o desejo
Do meu coração...
És um poema na terra
Uma estrela no céu
Um tesouro no mar
És tanta felicidade
Que nem a metade
Eu consigo exaltar...
Se um beija-flor descobrisse
A doçura e a meiguice
Que teus lábios tem
Jamais roçaria, as asas brejeiras
Por entre roseiras
Em jardins de ninguém...
Óh, dona do sonho,
Ilusão concebida
Surpresa que a vida,
Me fez das mulheres,
Há no meu coração
Uma flor em botão,
Que abrirá se quiseres


Um dia ele acordou e cantava essa música. Na verdade não toda, vou largar de metonímia aqui e dizer que eram somente os três primeiros versos. E a melodia cantava em sua cabeça. Passou assim uma semana completa. Todas as manhãs, e o restante do dia que as seguiam, foram a mesma coisa. Os mesmos versos e a mesma alegria.

Quando já tinha lá algum tempo, pegou seus discos e foi descobrir de qual dos Lps saíram os versos. Demorou algum tempo mas pôde ouvir a beleza da música. E cantou-a por inteiro, alguns dias feliz da descoberta, outros, triste pelo facto dado.

No dia do facto, acordou radiante. Não porque fosse rara aquela situação, que muitas outras vezes recebia mulheres belas em sua casa. E nem diria "mas nenhuma tal como aquela". Diria, aqui, que era a amada, nada mais.

Quando a campainha tocou, abriu e foi correndo ao som, pôs a música tema da amada para que ela escutasse ao entrar.

Ela entrou, falou amenidades, se beijaram, falaram generalidades e ele colocou a música de novo, que não havia cumprido seu papel.

Sentaram-se no sofá. Ela meio desconfortável. Música passou, ela pediu outro album. Ele trocou.
Ela falou que não poderiam continuar o relacionamento, fez um rosto triste, foi-se embora e comemorou seu aniversário depois. Longe. Triste. Triste e longe dele e de si mesma.

segunda-feira, abril 09, 2007

Uma mordida

Namorado levanta. Lentamente, é verdade, para não acordá-la. Põe o jeans surrado, aquela camiseta amassada como uma Camiseta-de-depois. Decide não ser necessário o tênis, que não ia demorar.
Pega os cigarros, o isqueiro. Abre a porta, caminha até a varanda da sala ampla, semi-luxo e voltada, de seu alto de arranha-céu, ao restante da cidade. Luzes, estrelas, uma bela lua. Lua gorda, cheia...

O Namorado abre porta de vidro. Fecha. Sentou-se ao lado de uma mesinha, redonda.
Queda-se alí, a olhar o mundo, o seu mundo.
Ficou um tempo até acender o cigarro. E logo escuta a porta abrir, uma mão no ombro. Mão rápida, forte. Era o pai.


Sentou-se com duas cervejas.


O Pai - Cerveja? Sem sono?
O Namorado - Rola! (A cerveja se troca de mãos) É, só pensando mesmo. (...) E você?
O Pai - Tô pensando. (...) Se eu te pedisse um cigarro, e você me desse, você contaria pra alguem?
O Namorado - Claro que não. Sua filha me mataria por te levar de novo no mundo do vício...
Um oferece o maço, o outro retira um cigarro. A baforada de um abstinente...
O Pai - Pensando no quê?
O Namorado - (...) Na sua filha...
O Pai sorri...
O Namorado - Digo uma coisa em primeira mão: estou completamente apaixonado.
O Pai - Em tão pouco tempo?
O Namorado - Minha vida é um turbilhão. E o amor é tão grave quanto a própria vida.


Silencio longo. Baforadas...


O Pai - Troco uma cerveja por mais um cigarro.
O Namorado - Tá.


O Pai foi e voltou.


O Pai - E ela?
O Namorado - Não sei. Seus olhos me amam. Mas algumas pessoas demoram a vislumbrarem os próprios olhos. Mas logo ela descrobre, se já não tiver descoberto.
O Pai - O Amor é uma grande mordida. É realmente mordaz...


O papo se perdeu em outras coisas. E só muito tempo depois Ela saberia o porque de tanta ressaca no dia seguinte, causa do fim de toda cerveja e de meia garrafa de wisk.

sábado, abril 07, 2007

...O Passado?

"(...) só o revisor aprendeu que o trabalho de emendar é o único que nunca se acabará no mundo."
[Saramado, História do Cerco de Lisboa, p. 14]

segunda-feira, abril 02, 2007

Cândido

Deitados. Ela, seminua. Ele, nú. Cafunés e olhares contemplativos.


Ele - Sabe o que tenho medo?


Ela olha como que surpresa e cheia de atenção.


Ela - O quê?
Ele - ... de, quando agente se separar, você me maldizer e querer esquecer tudo.


Ela sorri apontando sua incredulidade.


Ela - Eu nunca vou fazer isso!
Ela dá um tanto de pequenos beijinhos...
Ele - Vai sim... Vai apagar meu nome de sua agenda, vai fazer tudo aquilo que todas as mulheres fazem...


Ela sorri olhar de ternura que somente uma mulher é capaz.


Ela - Você foi o mais lindo homem que já tive na vida. Nunca vou te esquecer. Eu te amo...
Ele - Sim, eu sei que você me ama agora, sei que você nunca vai me esquecer, sei que sou o homem da sua vida. Mas um dia, minha linda, você vai querer me apagar. Como se eu fosse um desenho feito com lápis. Mas não, querida, sou como tatuagem...