Essa matéria me deixou puto. Um bando de reacionários demagogos da Tradicional Família Mineira com dificuldade de lidar com a diferença. Até parece que os comentadores, o jornalista, essas pessoas-baluarte da moralidade nao começaram a beber, não passaram a ponta da maconha pra outra pessoa, sem fumar ou fumando.
A coisa toda me paresse a porra dum moralismo. Digam aí, o que vocês faziam quando tiam 17 anos. Não eram santos, camaradas... Uma coisa (necessária) é o controle de alcool, drogas, e outros hábitos de adultos. Adolecentes têm de ser preservados pra nao cairem da esbórnia total lodo cedo... Mas isso não é lidar com a coisa como se ela nao existisse, criando uma corrente Moral que só maquia o preconceito com a diferença.
O que incomoda o jornalista ideólogo da matéria é não ter tantos cafés e bares saneados quanto ele gostaria, o que incomoda os comentaristas é verem jovens homosexuais beijando na boca, o que incomoda os reacionários é a explicita diferença. O desvio deve ser escondido.
A matéria tem mais ou menos dois tipo-ideal de admiradores:
(1) aquela donna que trabalha ou mora na região, aquele senhor de gravata, aquele moralista convicto da necessidade da resistência à degeneração pública. Ele nao dá conta de ter sido invadido seu espaço de cafés e de "saneamento social". Seu espaço geográfico é seu, de seu grupo, de sua moral. Não pode ver coisas diferenciadas, nao pode passar de carro e ver jovens bebendo, se beijando, dormindo. "O que será de meu filho", "estamos em tempos perdidos", é tudo diferente da ultima vez que ele pegou uma prostituta. Escondido, é claro.
(2) é tudo um problema da zona sul!!! Porque a polícia tem de chegar batendo nos marginais da elite, porque o fazem com os marginais suburbanos. A zona de metro quadrado mais caro é um antro da perdição urbana, e tem como baluarte da moralidade aquilo que é mais pobre. O doce selvagem é aquele que acorda cedo e trabalha, trabalha, trabalha. O pobre, o negro, o favelado, o estudante de escola pública. A classe média?!?!?! Bando de ricos que tem de tudo, dispõe de nada aos outros, vive em marés boas e são egoistas e criminosos em potencial. O problema, para este grupo, não é que o suburbio não tenha lá muita alternativa de sociabilidade. O problema é que um outro grupo tenho. Se incomodam com uma casa, um bairro, uma coisa bonita, uma viagem paga em 10X à argentina. É um rancor, um fígado mal acertado, uma inveja de uma condição de vida.
Esses dois grupos acabam contribuindo pra uma única coisa: retirar da cidade qualquer parcela de vida com grupos diferenciados, tirar a própria vida da socieda. A cidade deve ser saneada. A diferença incômoda, abolida. Cloro e detergente nos jóvens de 17 anos expondo sua homosexualidade! Vela no cu daqueles afeminados de cabelo de xapinha. Trabalho para os pseudo-punks e cabelo cortado para aqueles do rock. Se a vida urbana exige um olhar sem vida, sem visada, sem sensibilidade à diferença para que os grupos que incomodam, é porque sempre tem alguem que simplesmente nao quer olhar. Não quer ver que o mundo e os valores não se restringe àquele mundo que mais parece uma previsão do tempo, ou uma propaganda de detergente.
Tem gente que quer um mundo neutro, imparcial e objetivo. Contraste é coisa do mundo antes da queda do Muro. Hoje é o mundo do indivíduo.
A coisa toda me paresse a porra dum moralismo. Digam aí, o que vocês faziam quando tiam 17 anos. Não eram santos, camaradas... Uma coisa (necessária) é o controle de alcool, drogas, e outros hábitos de adultos. Adolecentes têm de ser preservados pra nao cairem da esbórnia total lodo cedo... Mas isso não é lidar com a coisa como se ela nao existisse, criando uma corrente Moral que só maquia o preconceito com a diferença.
O que incomoda o jornalista ideólogo da matéria é não ter tantos cafés e bares saneados quanto ele gostaria, o que incomoda os comentaristas é verem jovens homosexuais beijando na boca, o que incomoda os reacionários é a explicita diferença. O desvio deve ser escondido.
A matéria tem mais ou menos dois tipo-ideal de admiradores:
(1) aquela donna que trabalha ou mora na região, aquele senhor de gravata, aquele moralista convicto da necessidade da resistência à degeneração pública. Ele nao dá conta de ter sido invadido seu espaço de cafés e de "saneamento social". Seu espaço geográfico é seu, de seu grupo, de sua moral. Não pode ver coisas diferenciadas, nao pode passar de carro e ver jovens bebendo, se beijando, dormindo. "O que será de meu filho", "estamos em tempos perdidos", é tudo diferente da ultima vez que ele pegou uma prostituta. Escondido, é claro.
(2) é tudo um problema da zona sul!!! Porque a polícia tem de chegar batendo nos marginais da elite, porque o fazem com os marginais suburbanos. A zona de metro quadrado mais caro é um antro da perdição urbana, e tem como baluarte da moralidade aquilo que é mais pobre. O doce selvagem é aquele que acorda cedo e trabalha, trabalha, trabalha. O pobre, o negro, o favelado, o estudante de escola pública. A classe média?!?!?! Bando de ricos que tem de tudo, dispõe de nada aos outros, vive em marés boas e são egoistas e criminosos em potencial. O problema, para este grupo, não é que o suburbio não tenha lá muita alternativa de sociabilidade. O problema é que um outro grupo tenho. Se incomodam com uma casa, um bairro, uma coisa bonita, uma viagem paga em 10X à argentina. É um rancor, um fígado mal acertado, uma inveja de uma condição de vida.
Esses dois grupos acabam contribuindo pra uma única coisa: retirar da cidade qualquer parcela de vida com grupos diferenciados, tirar a própria vida da socieda. A cidade deve ser saneada. A diferença incômoda, abolida. Cloro e detergente nos jóvens de 17 anos expondo sua homosexualidade! Vela no cu daqueles afeminados de cabelo de xapinha. Trabalho para os pseudo-punks e cabelo cortado para aqueles do rock. Se a vida urbana exige um olhar sem vida, sem visada, sem sensibilidade à diferença para que os grupos que incomodam, é porque sempre tem alguem que simplesmente nao quer olhar. Não quer ver que o mundo e os valores não se restringe àquele mundo que mais parece uma previsão do tempo, ou uma propaganda de detergente.
Tem gente que quer um mundo neutro, imparcial e objetivo. Contraste é coisa do mundo antes da queda do Muro. Hoje é o mundo do indivíduo.
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