sábado, outubro 20, 2007

Espero que vocês não tenham crescido por demais...

As vezes me parece que quanto mais madura fica uma mulher, mas perde seu aspecto de doce e sonhadora. É como se estivesse ligada a ela a frase "homens não prestam", ou "são todos iguais", ou "amor não existe". Como se o azedo fosse o paladar da maturidade.


É claro que não pretendo aqui remeter às generalizações ou coisa que valha, mas vejo com grande frequência jovens mulheres, como sou jovem homem, dizerem a respeito de toda palidez de amor ou como o sexo oposto acaba com toda possibilidade de pleno desenvolvimento lírico. É como se as mulheres identificassem no homem grande potencial de acabar com o lirismo. Não fecho aos olhos o fado da dificuldade de relacionamento com o masculino, nem com qualquer relação de gênero, nem como este gênero é capaz de magoar e estreitar o amor. Mas daí ao feminino (quase) se abstrair de qualquer responsabilidade...



Neste sentido, gosto dos espíritos jovens, joviais, meio que mesmo ingênuos. Gosto dos que se apaixonam facilmente, dos que sorriem, dos que postam fotos, dos que sentam ao colo, recebem e dão cafunés, dos que não se retiram ao direito de dormirem e servirem de travesseiros. Gosto dos sonhadores, amigos. Gosto dos pensadores do futuro grande. E só existem os sonhadores dentre aqueles capazes de morrer de amor à vida.
O amor exige uma falta qualquer de ponderação.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Lição


Lição de Namoro

Antonio Nóbrega

(Antonio Nóbrega e Wilson Freire)

Menina, vou te ensinar
Como é que se namora:
Põe a alma num sorriso
E o sorriso põe pra fora

Olhe nos olhos
Olhe dentro da pupila,
Veja bem se ela brilha
Ou se vai se apagar
Pois o olhar
É ele que denuncia
Se está quente ou se está fria
A paixão, o bem amar

Pegue na mão,
Sinta dela o seu calor,
Veja dela o seu rubor,
Sua força, seu pulsar,
Porque a mão é ela que anuncia
Se o namoro nasce e cria
Ou se nasce e vai murchar

Quanto ao beijo
Tem que ser bem de mansinho,
Permitido com carinho
Pra poder não machucar
Porque o beijo
É ele quem amacia
Quem dá paz e é o guia
Para o novo amor chegar

E num abraço
Apertado, mas com jeito,
Sinta como bate o peito,
Se é forte ou quer falhar
Pois coração
É fonte de alegria
É ele quem prenuncia
Se o amor há de jorrar

Só porque a música me lembrou o filme mesmo...

Pra não ficar por aqui: alguém ensina alguém a amar? Ou a questão não é ensinar, mas encontrar, simples assim, o Amor. No livro O Pequeno Tratado das Grandes virtudes, ao tratar do Amor, André Comte Sponville fala que primeiro nós nos sentimos amados. Depois, só depois, somos capazes de amar...

Essa idéia, e esse livro, mudou minha idéia de amor. E depois da idéia, que toda idéia é frágil, só depois, muito depois, pude ver da possivel verdade da afirmação.

Senti-me amado. Depois, intensamente, amei. Mas o amor, essa coisa frágil, não se aprende em manuais...