Não quero não. Se toda essa desculpa, todo esse frio que somente esfria os dedos, se toda essa memória, esse sentimento de vida não vivida, se toda essa tristeza é tão somente um reinterar de dia após dia. Se tudo isso se conforma dessa lânguida maneira. Não, não quero não. Prefiro ser abstêmio, sóbrio, saudável.
Se toda memória conduz ao não feito, prefiro ser Pigmaleão. Vou me devotar aos livros, aos escritos e a alguma outra arte menos medíocre. Parar de comer carne e torresmo. E fazer seis refeições ao dia e assumir que minha sublimação exige o mais absoluto resguardo sexual.
Houve um tempo que todo choro era de felicidade. Um tempo em que eu era capaz de ser arrogante, sóbrio, determinado e absurdamente feliz. Um tempo em que cada momento de minha vida era o melhor momento, e em que não esperava nada do tempo, e era como se o tempo me servisse numa longa e bela sucessão.
Sim, crianças, já fui pleno. Hoje aguardo tantas coisas do tempo quanto existirão as-cores-do-mundo.
2 comentários:
Não entendi quase nada, mas é lindo.
Lindo mesmo!
Acho que o que eu mais gostei de todas as coisas que eu li de vc.
Acho que um simples elogio não alivia o sentimento jorrado que vc deve ter tido quando escreveu... Mas enfim xD
Beijo docinho!
nó
miro, clap clap
tá profundo, hein, beim?
eu também não quero não
saudaaaade de vc... :*
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