terça-feira, junho 20, 2006

Vontade política 1


Um diálogo em uma aula quase formada com um professor bastante citado:

(Depois de uma análise sobre poluição hídrica e sobre a necessidade de tratar a agua e os rios...)

Professor - Então, gente, porque se polui tanto a água, os rios?
Período de silêncio característico nestas circunstâncias...

Aluna - Os políticos, quando não são donos de empresas despoluidoras de rios, são amigos de donos de empresas que despoluem. São, então, beneficiados com a poluição e, posteriormente, com a despoluição... Além disso, despoluir água não dá voto!

Professor - Sim, é claro que tem essa circunstância de corrupção e oportunismos entre os representantes. Mas temos de pensar em uma outra causa, a falta de vontade política. Não há vontade política. É esse o problema!

Vontade Política - 2

Fiquei impressionado pelo diálogo acima. É claro que ele não aconteceu daquela maneira organizada, com virgulas, tal como um romance. Mas o conteúdo foi aquele. E foi justamente o conteúdo que me impressionou. Existem alguns sensos-comuns dentro da academia [não na de ginástica, ou melhor, nessa também] que me causam náuseas. Um destes é o tal da "vontade política - V.P", parece que com vontade política se resolve tudo.
No caso do diálogo, a V.P está associada ao fato dos políticos serem oportunistas corruptos e/ou de escolherem aquilo que dá mais voto.
Então, voltando à V.P, é como se os representante tivessem sobre uma mesa as opções de políticas a serem postas em prática. Dai, com um calculo racional de quantos votos eles ganhariam com as respectivas opções, lhes afetaria uma vontade de por em prática uma política ou não.
É como se numa dada sociedade não houvesse várias divergências sobre o que deve ser feito. Como se os próprios técnicos que formulam políticas tivessem um consenso sobre o que deve ser feito. Como se a própria ciência fosse absoluta, plenamente calculável e impressionantemente translúcida. Como se os próprios eleitores tivessem uma visão clara sobre um "punhado de coisas" e esta visão fosse facilmente captada pelos representados. Como se os jornalistas concordassem sempre com aquilo que deve ir a público. Como se os políticos estivessem às suas mãos plenos poderes de optarem por políticas que bem lhes dessem à telha. Como se dinheiro para políticas desse em árvores.
Mas simplesmente não fazem nada. Simplesmente por isso. Por falta de vontade política.
É claro que não desconsidero o fato de existirem políticos corruptos, oportunistas; não desconsidero que os políticos, como as demais pessoas, fazemos opções calculadas, racionalizadas. Claro que sim.
Mas restringir as coisas da vida à falta de vontade, mesmo que à política, é muito pra mim...

quinta-feira, junho 08, 2006

E há muita vida fora da ciência...

Sobre o desconhecimento tácito da vida, ou melhor, na vida, é mais ou menos assim: por mais que alguns podemos querer saber, há sempre algumas coisas que passam despercebida, coisas que não são ditas, ou se são, passam como se fossem outra coisa.
O que deve ser questionado é a atitude. nos quedamos a uma contemplação do insondável ou tentamos compreender algo?
Por forma de vida, prezo pela segunda opção. Mas é difícil, de tempos em tempos me defronto com as mais profundas certezas...
Mas o que poderia fazer, eu que me empenho na vida acadêmica?
Penso, então, num seguindo axioma:
A vida é um desconhecimento tácito;
e a ciência, um desconhecimento explícito.

quarta-feira, junho 07, 2006

Um Axioma

A vida é um desconhecimento tácito.

terça-feira, junho 06, 2006

Sexo. Primeiro ato...

“Duas meninas”. Uma de 16, que é a personagem importante aqui, e uma outra de não sei que idade. As duas em férias na praia. A personagem estava a usufruir de sua plena liberdade, transando com quem bem entendia na casa em que as duas estavam, sozinhas.
A de 16, há algum tempo que estava na praia, já estava sem dinheiro, ou é isso que se alega. Então porque não pensar: “já que estou transando com ‘estes meninos’ de graça, porque não cobrar?”.
E passou a cobrar. É claro que o oral era mais barato, mas ‘os meninos’ logo cediam diante de uma outra opção.
A menina terminou as férias transando com quem queria, algumas vezes duas transas por dia. E juntou um bom dinheiro.

Sexo. Ato número dois...

Se fosse para eu indicar uma trilha sonora para a história baseada em fatos reais acima, eu indicaria, provavelmente, algo como “o melhor do carnaval 2006”, aquela trilha com a melhor do funk e o pior do Axé...., se é que você me entendem... Se não, é o seguinte: ao contrário do funk, o Axé nem sempre prima pela fulgaridade. O funk não, ele prima pela vulgarização do sexo. Tendo como base pelo menos esse funk-pop, para quase inventar um conceito. Esse funk que escutamos nos grandes meios de comunicação de massa.
Não que eu seja necessariamente contra a venda do sexo. Isso eu digo no sentido de não acreditar que suas mulheres (ou homens, não esqueçamos os michês) são “de vida fácil”. Não posso simplesmente achar que os profissionais do sexo são de “pouca vergonha”, de muita opção outra, ou de qualquer falta absoluta de moral, etc.
A questão aqui é outra. É uma cultura de coisificação, que vai muito além das prostitutas de praças e muito aquém das conversas de “pessoas muito mais ilustres”. A cultura de “pegou quantas?”. A cultura da frase de dois amigos meus: “- o sexo pago é o sexo mais barato que existe!”. Sim, é o mais barato se você reduzir um relacionamento sexual a isso, ao gozo, ao orgasmo, à satisfação do desejo e pronto; reduzir os presentes aos namorados, namoradas, companheiros, companheiras, cônjuges e mesmo aqueles parceiros sem tanto compromisso em simples meios ao coito. Transformá-los todos em objetos de satisfação sexual....
E não que eu ache que o sexo só seja possível, necessário, ou desejável de ser praticado sempre com pessoas com quem nos comprometemos e temos um relacionamento. Acho que podemos transar com uma pessoa na noite que a conhecemos e quem sabem nunca mais...!
Entendem? A questão de crítica é aquela de olhar à outra pessoa como um órgão sexual. A coisificação da outra pessoa, o sexo utilitarista, o órgão do outro como um utilitário. O sexo que tenta ignorar a pele, o cheiro, o hálito, o percurso e fixa-se no fim, no gozo, na quantidade. Na pergunta: “E ai, comeu?”.
É a alienação da pessoa que permite o fim da sua liberdade e de sua concepção como pessoa, como indivíduo. É essa coisificação que permite o machismo, a vulgarização, a traição, o destrato, a falta de respeito. Afinal de contas, o outro pode ser simplesmente um órgão sexual, um objeto de trabalho.
O que me impressiona é o adotar da postura pelas mulheres. Como a “menina” de 16, que considerando-se uma coisa, ou seu sexo como uma coisa, se vende. Mas o limite do prazer para a coisificação quem sabe já tinha sido passado. Ou não. Mas sei lá. Deixa a menina, né?! A vida é dela.
E, afinal de contas, se ela já estava dando daquele jeito sem cobrar, porque não cobrar?
Eu não cobraria pelo desejo de não transformar-me em uma coisa. Um objeto. Afinal de contas, embora as piadas de homens o digam, não sou somente um pênis. Mas sou um homem. Ou justamente por não ser somente um pênis, posso dizer que sou isso, um homem.

quinta-feira, junho 01, 2006

Enfim

Enfim aprendi a colocar os links. E mais: sozinho! Tive até uma certa vergonha.
Afinal de contas, preguiça mental é uma coisa horrenda!!
Um abraço a todos que torciam por mim!